ATA DA QUADRAGÉSIMA
SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA
SEXTA LEGISLATURA, EM 19-5-2014.
Aos dezenove dias do mês
de maio do ano de dois mil e quatorze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores
Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Engº Comassetto, Guilherme Socias
Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Lourdes Sprenger, Márcio Bins Ely,
Mario Fraga, Mauro Pinheiro, Mônica Leal, Paulo Brum e Professor Garcia.
Constatada a existência de quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Airto Ferronato, Alberto
Kopittke, Any Ortiz, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr.
Thiago, Elizandro Sabino, Fernanda Melchionna, João Derly, Jussara Cony, Kevin
Krieger, Marcelo Sgarbossa, Mario Manfro, Paulinho Motorista, Pedro Ruas,
Reginaldo Pujol, Séfora Mota, Sofia Cavedon,
Valter Nagelstein e Waldir Canal. À MESA, foram encaminhados: o Projeto
de Lei do Legislativo nº 120/14 (Processo nº 1227/14), de autoria do vereador
Clàudio Janta; o Projeto de Lei do Legislativo nº 077/14 (Processo nº 0795/14),
de autoria do vereador João Carlos Nedel; o Projeto de Lei do Legislativo nº
047/14 (Processo nº 0564/14), de autoria do vereador Márcio Bins Ely; os
Projetos de Lei do Legislativo nº 078 e 090/14 (Processos nos 0797 e
930/14, respectivamente), de autoria do vereador Waldir Canal. A seguir, foi
apregoada a Emenda nº 09, de autoria do vereador Idenir Cecchim, Líder da
Bancada do PMDB, ao Projeto de Lei do Executivo nº 057/13 (Processo nº
3506/13). Também, foi apregoado o Ofício nº 496/14, do Prefeito, encaminhando o
Veto Total ao Projeto de Lei do Legislativo nº 155/13 (Processo nº 1570/13).
Ainda, foi apregoado o Ofício nº 058/14, firmado pelo vereador Professor
Garcia, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, informando que, no dia
quinze de maio do corrente, às quatorze horas, o vereador Waldir Canal
representou externamente este Legislativo no período de Grande Expediente da
Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul em homenagem aos
cinquenta e sete anos da Rádio Guaíba, no Palácio Farroupilha, em Porto Alegre.
Após, foi apregoado Requerimento de autoria do vereador Nereu D’Avila,
solicitando Licença para Tratamento de Saúde do dia de hoje ao dia vinte e um
de maio do corrente. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios: no
391/2014, de Fernanda Almeida Cappelini, Coordenadora de Filial da Gerência de
Desenvolvimento Urbano e Rural Porto Alegre da Caixa Econômica Federal; e nº
462/14, de Tania de Fatima Dellani Mendonça, Coordenadora de Filial da Gerência
Executiva Governo Porto Alegre da Caixa Econômica Federal. A seguir, o
Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, a Marlise Mello Cerato
Michaelsen, da Associação Gaúcha de Coloproctologia, que discorreu sobre
campanha de prevenção do câncer de intestino promovida pela entidade que
representa. Em continuidade,
nos termos do artigo 206 do Regimento, os vereadores Idenir Cecchim, Jussara Cony, Engº Comassetto, Elizandro
Sabino, Dr. Thiago, João Carlos Nedel e Paulinho Motorista manifestaram-se
acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Após, o Presidente
convidou o vereador Idenir Cecchim a proceder à entrega de placa em homenagem a
Marlise Mello
Cerato Michaelsen e concedeu-lhe a palavra, para considerações finais sobre o
tema em debate. Os trabalhos
foram regimentalmente suspensos das quatorze horas e cinquenta e três minutos
às quatorze horas e cinquenta e cinco
minutos. A seguir, foi aprovado requerimento verbal formulado pelo vereador Engº Comassetto, solicitando
alteração na ordem dos trabalhos. Em continuidade, foi iniciado o período de
COMUNICAÇÕES, hoje destinado a assinalar o transcurso do octogésimo quinto
aniversário do Sindicato dos Gráficos do Rio Grande do Sul, nos termos do
Requerimento nº 037/14 (Processo nº 0853/14), de autoria do vereador Engº
Comassetto. Compuseram a Mesa: o vereador Professor Garcia, Presidente da
Câmara Municipal de Porto Alegre; Francisco Lázaro Peixoto da Silva, Luciano
Ricardo Flores Bernardo, Soli Souza da Silva, Darci Juarez de Campos Homem e
Sandro Fraga, respectivamente Presidente, Vice-Presidente, Diretor, Diretor de
Comunicação e Tesoureiro do Sindicato dos Gráficos do Rio Grande do Sul;
Marcelo Chiodo, Secretário Municipal Adjunto do Trabalho. EM COMUNICAÇÕES,
pronunciaram-se os vereadores Engº Comassetto e João Carlos Nedel, este em
tempo cedido pelo vereador Mario Fraga. A seguir, o Presidente concedeu a
palavra a Marcelo Chiodo. Em prosseguimento, o Presidente convidou o vereador
Engº Comassetto a proceder à entrega de diploma alusivo à presente solenidade a
Francisco Lázaro Peixoto da Silva, concedendo a palavra a Sua Senhoria, que
agradeceu a homenagem prestada por este Legislativo. Os trabalhos foram
suspensos das quinze horas e vinte e sete minutos às quinze horas e vinte e oito minutos. Em continuidade, foi apregoado o Ofício
nº 493/14, do Prefeito, informando que se ausentará do Município das dezenove
horas e cinquenta e sete minutos do dia dezoito às dezesseis horas e cinquenta
e oito minutos do dia vinte de maio do corrente, quando participará da 65ª
Reunião Geral dos Prefeitos, a ser realizada em São Paulo – SP. Em
COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se Bernardino Vendruscolo, Fernanda Melchionna e
Mauro Pinheiro, este em tempo cedido pela vereadora Sofia Cavedon. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Paulinho Motorista, Idenir
Cecchim, Paulo Brum, Alberto Kopittke, Airto Ferronato, Clàudio Janta,
Reginaldo Pujol e Dr. Thiago. Após, foi aprovado Requerimento verbal formulado
pelo vereador Clàudio Janta, solicitando alteração na ordem dos trabalhos. Às
dezesseis horas e quarenta e um minutos, constatada a existência de quórum, foi
iniciada a ORDEM DO DIA. Após, foi apregoada a Subemenda nº 01, de autoria do
vereador Bernardino Vendruscolo, Líder da Bancada do PROS, à Emenda nº 05
aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/13 (Processo nº
2495/13) e foi apregoado Requerimento de autoria do vereador Marcelo Sgarbossa,
deferido pelo Presidente, solicitando votação em destaque para essa Emenda. Em
Discussão Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de Lei Complementar do
Executivo nº 010/13 (Processo nº 2495/13), após ser discutido pelos vereadores
Engº Comassetto, este em tempo cedido pelo vereador Mauro Pinheiro, e Cassio
Trogildo, este em tempo cedido pela vereadora Any Ortiz. Foi votada
destacadamente e aprovada a Emenda nº 02 aposta ao Projeto de Lei Complementar
do Executivo nº 010/13, por vinte e um votos SIM e nove votos NÃO, após ser
encaminhada à votação pelos vereadores Marcelo Sgarbossa, Cassio Trogildo,
Fernanda Melchionna, Sofia Cavedon, Idenir Cecchim, Airto Ferronato e Jussara
Cony, em votação nominal solicitada pelo vereador Professor Garcia, tendo
votado Sim os vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Any Ortiz, Cassio
Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Elizandro Sabino, Guilherme Socias
Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Márcio Bins Ely,
Mario Fraga, Mario Manfro, Mônica Leal, Paulinho Motorista, Paulo Brum,
Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Séfora Mota e Waldir Canal e Não os
vereadores Alberto Kopittke, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, João Derly,
Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Mauro Pinheiro, Pedro Ruas e Sofia Cavedon. Em
prosseguimento, em face da aprovação da Emenda nº 02 aposta ao Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 010/13, o Presidente declarou prejudicada a Emenda
nº 06. Foi votada destacadamente e aprovada a Subemenda nº 02 à Emenda nº 02
aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/13, por vinte e um
votos SIM e nove votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo vereador
Professor Garcia, tendo votado Sim os vereadores Airto Ferronato, Alceu
Brasinha, Any Ortiz, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton,
Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel,
Kevin Krieger, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Mario Manfro, Mônica Leal,
Paulinho Motorista, Paulo Brum, Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Séfora Mota
e Waldir Canal e Não os vereadores Alberto Kopittke, Engº Comassetto, Fernanda
Melchionna, João Derly, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Mauro Pinheiro, Pedro
Ruas e Sofia Cavedon. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 05
aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/13, por quatorze
votos SIM e dez votos NÃO, após ser encaminhada à votação pelos vereadores
Marcelo Sgarbossa, Alberto Koppitke, Fernanda Melchionna, Cassio Trogildo e
Clàudio Janta, em votação nominal solicitada pelo vereador Professor Garcia,
tendo votado Sim os vereadores Alberto Kopittke, Any Ortiz, Bernardino
Vendruscolo, Clàudio Janta, Dr. Thiago, Fernanda Melchionna, João Derly,
Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Mauro Pinheiro, Paulinho Motorista, Professor
Garcia, Séfora Mota e Sofia Cavedon e Não os vereadores Airto Ferronato, Alceu
Brasinha, Cassio Trogildo, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Carlos
Nedel, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Mônica Leal e Reginaldo Pujol. Foi votada
destacadamente e rejeitada a Emenda nº 07 aposta ao Projeto de Lei Complementar
do Executivo nº 010/13, por dez votos SIM, onze votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após
ser encaminhada à votação pelas vereadoras Fernanda Melchionna e Sofia Cavedon,
em votação nominal solicitada pelo vereador Professor Garcia, tendo votado Sim
os vereadores Alberto Kopittke, Bernardino Vendruscolo, Clàudio Janta, Dr.
Thiago, Fernanda Melchionna, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Mauro Pinheiro,
Professor Garcia e Sofia Cavedon, votado Não os vereadores Airto Ferronato,
Alceu Brasinha, Cassio Trogildo, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João
Carlos Nedel, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Mônica Leal, Reginaldo Pujol e
Séfora Mota e optado pela Abstenção o vereador Delegado Cleiton. Foi votada
destacadamente e aprovada a Emenda nº 10 aposta ao Projeto de Lei Complementar
do Executivo nº 010/13, por vinte e um votos SIM, após ser encaminhada à
votação pelos vereadores Marcelo Sgarbossa, Clàudio Janta e Bernardino
Vendruscolo, em votação nominal solicitada pelo vereador Professor Garcia,
tendo votado os vereadores Airto Ferronato, Alberto Kopittke, Alceu Brasinha,
Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr.
Thiago, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, João Carlos Nedel, João
Derly, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Mario Fraga, Mauro Pinheiro, Mônica
Leal, Professor Garcia, Séfora Mota, Sofia Cavedon e Waldir Canal. Foi votada
destacadamente e rejeitada a Emenda nº 12 aposta ao Projeto de Lei Complementar
do Executivo nº 010/13, por nove votos SIM e quatorze ABSTENÇÕES, após ser
encaminhada à votação pelos vereadores Marcelo Sgarbossa, Alberto Kopittke,
Sofia Cavedon, Cassio Trogildo e João Carlos Nedel, em votação nominal
solicitada pelo vereador Professor Garcia, tendo votado Sim os vereadores Airto
Ferronato, Any Ortiz, Cassio Trogildo, Delegado Cleiton, Guilherme Socias
Villela, João Carlos Nedel, Márcio Bins Ely, Mario Fraga e Mônica Leal e optado
pela Abstenção os vereadores Alberto Kopittke, Alceu Brasinha, Bernardino
Vendruscolo, Clàudio Janta, Fernanda Melchionna, João Derly, Jussara Cony,
Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Mauro Pinheiro, Professor Garcia, Séfora
Mota, Sofia Cavedon e Waldir Canal. Na oportunidade, foi aprovada a prorrogação
dos trabalhos da presente Sessão, por dezenove votos SIM, em votação nominal
solicitada pelo vereador Professor Garcia, tendo votado os vereadores Alberto
Kopittke, Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Clàudio
Janta, Delegado Cleiton, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, João
Carlos Nedel, João Derly, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Mario Fraga, Mauro
Pinheiro, Mônica Leal, Paulinho Motorista, Séfora Mota, Sofia Cavedon e Waldir
Canal. Foi votada destacadamente e aprovada a Emenda nº 13 aposta ao Projeto de
Lei Complementar do Executivo nº 010/13, por vinte e três votos SIM, em votação
nominal solicitada pelo vereador Professor Garcia, tendo votado os vereadores
Airto Ferronato, Alberto Kopittke, Alceu Brasinha, Any Ortiz, Bernardino
Vendruscolo, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Thiago,
Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, João Derly, Jussara Cony,
Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Mauro
Pinheiro, Mônica Leal, Professor Garcia, Séfora Mota, Sofia Cavedon e Waldir
Canal. Foi votada destacadamente a Emenda nº 14 aposta ao Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 010/13, a qual obteve seis votos SIM, oito votos
NÃO e três ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada pelo vereador Professor
Garcia, tendo votado Sim os vereadores Alceu Brasinha, Cassio Trogildo, Márcio
Bins Ely, Mario Fraga, Séfora Mota e Waldir Canal, votado Não os vereadores
Alberto Kopittke, Bernardino Vendruscolo, Delegado Cleiton, Fernanda
Melchionna, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Mauro Pinheiro e Sofia Cavedon e
optado pela Abstenção os vereadores Clàudio Janta, Lourdes Sprenger e Professor
Garcia, votação essa considerada nula em face da inexistência de quórum
deliberativo. A seguir, foram apregoadas as Emendas nº 10, de autoria do Ver.
Airto Ferronato, Líder do Governo, e nº 11, de autoria do vereador Márcio Bins
Ely, Líder da Bancada do PDT, ao Projeto de Lei do Executivo nº 057/13
(Processo nº 3606/13). Durante a Sessão, os vereadores Reginaldo Pujol,
Alberto Kopittke, Airto Ferronato, Marcelo Sgarbossa e Valter Nagelstein
manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Às dezenove horas e quatorze minutos, constatada a
inexistência de quórum deliberativo, o Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Professor Garcia, Mauro Pinheiro
e Guilherme Socias Villela e secretariados pelo vereador Guilherme Socias
Villela. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada,
será assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Passamos à
TRIBUNA POPULAR
A
Tribuna Popular de hoje tratará de assunto relativo à campanha de prevenção do
câncer de intestino. A Sra. Marlise Mello Cerato Michaelsen, Presidente da
Associação Gaúcha de Coloproctologia, está com a palavra, pelo tempo regimental
de 10 minutos.
A SRA. MARLISE MELLO CERATO MICHAELSEN: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, demais autoridades presentes, senhores e
senhoras, boa tarde. Estou, hoje, neste plenário, representando a Associação
Gaúcha de Coloproctologia, para conversarmos sobre a prevenção do câncer de
intestino. A campanha por nós lançada, a Semana de Prevenção de Câncer de
Intestino – Maio Laranja.
Inicio por definir: prevenção é ação; é um processo
ordenado, com ações planejadas e contínuas, visando a influenciar o
comportamento dos participantes, através da informação, conscientização e
educação.
Como bem disse Carlos Drummond de Andrade, “A cada
dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que
não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e
que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade”.
Desde a antiguidade clássica, a humanidade já
buscava respostas para os seus males, como evitar os infortúnios e, assim,
prolongar a preciosa vida, e, a cada nova descoberta da Medicina, nos tornamos
ainda mais competentes, não só em curar, mas, pelos mesmos anseios de outrora,
em prevenir, antecipar a própria doença, garantindo aos homens e mulheres
chances de maior longevidade e menor sofrimento. Este é o nosso objetivo.
Agradeço pela oportunidade, em especial ao Ver.
Idenir Cecchim, de poder dividir o tema com vocês.
(Procede-se à apresentação de PowerPoint.)
A
SRA. MARLISE MELLO CERATO MICHAELSEN: A incidência do câncer colorretal é maior na Europa
e na América do Norte e menor na Ásia e na América do Sul. No mundo, é o
terceiro tipo de câncer mais comum, após o câncer de pulmão e próstata, e o
segundo em mulheres, após o câncer de mama. No Brasil, as estimativas do INCA
são de 32.600 novos casos, 15 mil para homens e 17.530 para mulheres. Após o
câncer de pele, não
melanoma, é o terceiro câncer mais comum nos homens – depois de próstata e
pulmão – e o segundo nas mulheres – depois do câncer de mama. As regiões Sul e
Sudeste são as regiões de maior incidência no País. No Rio Grande do Sul
estima-se, em relação aos homens, 25 casos a cada 100 mil homens; e nas
mulheres, 27 casos a cada 100 mil mulheres. Aqui é só para evidenciar,
novamente, a estatística das regiões de maior prevalência, sendo no Rio Grande
do Sul e em São Paulo, tanto em homens quanto em mulheres, as regiões de maior
incidência.
Novamente,
para evidenciar, a região Sul e a região Sudeste, nas mulheres é o segundo
câncer mais comum, e nos homens o terceiro câncer mais comum. As estatísticas
mostram o câncer colorretal como o terceiro mais prevalente em homens e o
segundo nas mulheres. Aqui é para evidenciar a estatística do Rio Grande do
Sul, estima-se um número de 1.390 casos para homens, 25,6% a taxa bruta; e
1.570 para as mulheres, em torno de 27% a taxa bruta.
O câncer colorretal é uma doença multifatorial, que é causada por elementos externos, agentes ambientais, fatores dietéticos, por alterações somáticas e hereditariedade. Aqui são alguns tipos. A maior parte dos tumores colorretais acontece de forma esporádica, em 75% da população sem história familiar, sem nenhuma outra doença a pessoa pode ter um câncer de intestino. Se a pessoa tem um familiar com câncer de intestino, aí entra no risco de história familiar, aumenta em quase 20% a chance; e se tem dois familiares, aumenta em quatro vezes, quase 40%. Ali, a divisão de outras patologias, sendo menos comum em pessoas que podem ter a polipose adenomatosa familiar ou o câncer colorretal não polipoide, que é aquela taxa menor, de 1 a 5% e 1%.
Aqui,
só para ilustrar, o câncer colorretal leva anos para aparecer. Essa é a grande
questão ao se fazer um programa de rastreamento; leva de 10 a 15 anos, desde
uma mucosa normal até o aparecimento do câncer colorretal. Aqui é a foto de um
tumor e a foto de uma doença genética que é a polipose adenomatosa familiar.
Há
vários fatores que aumentam a incidência de câncer colorretal, fatores
predisponentes como o consumo de carne vermelha, o álcool em excesso, o
tabagismo, a obesidade, doenças inflamatórias intestinais com mais de 10 anos,
história familiar positiva. Como eu falei para vocês, se tiver um familiar,
aumenta em 2,25 vezes o risco relativo de ter; e se tiver dois familiares,
aumenta em quatro vezes o risco de ter. Tem algumas doenças que também aumentam
o risco como a acromegalia. Os pacientes são submetidos à radioterapia. Após 10
anos de radioterapia tem uma maior incidência de câncer de colorretal, e o
fator, sem dúvida, de maior incidência é a idade, o maior fator de risco. Acima
de 50 anos é bem mais comum.
Os
fatores protetores ao câncer colorretal são frutas, legumes, vegetais, fibras,
por terem fatores agentes antioxidantes que inibem a carcinogênese; o cálcio,
os folatos, alguns medicamentos como ácido acetilsalicílico e os anti-inflamatórios não esteroides também são fatores
protetores, mas, pelos efeitos colaterais, não são utilizados para esse fim;
assim como a atividade física.
O
câncer de intestino tem alguns sintomas mais comuns, como a dor abdominal e o
tenesmo, alteração do hábito intestinal, o sangramento, que pode ser um
sangramento mais escuro ou um sangramento vivo, que denota aproximadamente a
localização, sendo o mais escuro do cólon direito, e o sangramento vivo, em
geral, do cólon esquerdo. Pacientes com 50 anos ou mais têm mais chance de ter
câncer colorretal, contudo pacientes com menos de 50 anos, em torno de 17,5
dessas pessoas, podem também ter câncer colorretal. Existe um exame que nós
vamos falar a seguir, no rastreamento, que é o exame de sangue oculto nas
fezes. Esse exame, quando positivo, em torno de 30% a 50% dos casos, a pessoa
pode ter um câncer colorretal; em torno de 20% a 25%, pode ter um pólipo que
vai vir a se transformar em um câncer de intestino.
Por
que fazer programas de prevenção de câncer de colorretal? Qual a importância e
os pilares do programa? É para mudar o comportamento e criar a conscientização
populacional, um rastreamento do câncer de lesões precursoras e tratamento
rápido e acessível a todos. O rastreamento leva ao diagnóstico precoce, com
taxa de cura de até 90%, porque, em relação ao câncer colorretal, quando se faz
o rastreamento, podemos detectar o pólipo e interromper a sequência
adenoma-carcinoma. Falando do primeiro pilar, mudança de comportamento e
conscientização populacional, são alguns dos temas que nós vamos trazer na
campanha e informar a população de medidas que podem ser feitas para prevenir o
câncer colorretal, dentre elas o consumo de fibras, frutas, verduras, cereais;
ingerir em torno de dois a três litros de líquidos por dia; não tomar álcool em
excesso; não fumar; se manter em forma, não ficar acima do peso; e se tiver
algum sintoma, procurar o coloproctologista. Pessoas que tiverem acesso a plano
ou tiverem condições, aos 50 anos, mesmo assintomáticas, devem ser submetidas a
uma colonoscopia, e se tiverem história familiar positiva de câncer ou pólipo
devem fazer esse exame a partir dos 40 anos.
Para
que se faça uma campanha de prevenção de câncer colorretal, é importante a
estratificação do risco das pessoas, porque essas campanhas são indicadas em
pessoas de moderado risco, pessoas que não têm história familiar de câncer de
intestino, e não apresentam nenhum sintoma. Essas pessoas, a partir dos 50
anos, devem ser submetidas a programas de rastreamento. Pessoas de alto risco,
que são pessoas que têm história familiar ou outras síndromes genéticas,
deveriam fazer o rastreamento com colonoscopia e não com exame de sangue.
Em
relação ao rastreamento, a gente pode aplicar exames simples e de fácil
execução para grandes populações. A indicação de se fazer um programa de
rastreamento é justamente porque é um percentual muito pequeno dos pacientes
que já têm tumor apresentam sintomas numa fase inicial, somente 10% a 15%. Para
que se faça o rastreamento, existem alguns testes que já estão disponíveis,
dentre eles os testes que podem ser feitos nas fezes e os testes de exames de
imagem. Os testes de fezes são exames de sangue oculto nas fezes e o DNA, e os
exames de imagem a colonoscopia, a colonografia e a heneumopaco, que vamos
falar a seguir.
Existem
dois tipos de teste de sangue oculto nas fezes, o guáiaco e o teste
imunoquímico. O guáiaco, que é um exame mais acessível, mais barato, pode ter
uma reação cruzada com certos alimentos e medicamentos. Então deve ser feita
uma dieta restritiva e o paciente não pode tomar aqueles medicamentos,
anti-inflamatórios e outros, para que o exame seja fidedigno. Ele tem um
percentual de falso positivo em torno de 30%. Os testes imunoquímicos detectam
a hemoglobina humana, não têm reação cruzada com essas outras substâncias, têm
uma sensibilidade maior.
O
teste de DNA detecta algumas mutações genéticas, é um exame que é mais sensível
e mais específico, mas no nosso meio ainda não está disponível.
O
rastreamento com exames de imagem: pode ser feito com a retossigmoidoscopia,
que é um exame endoscópico que avalia o reto e o cólon esquerdo e detectaria em
torno de 70% dos tumores, tendo uma perda de 30%, que seriam os tumores do lado
direito.
A
colonoscopia é um exame que avalia todo o intestino, tanto o cólon quanto o
reto, é o exame considerado padrão ouro para avaliação de câncer colorretal.
A
colonografia ou colonoscopia virtual é um exame de imagem feito através da
tomografia, é um exame que detecta lesões maiores que um centímetro, é um exame
que tem uma boa sensibilidade e especificidade; contudo, se tiver algum achado,
necessita de uma colonoscopia para confirmar, assim como o enema opaco, que é
um exame de raios x contrastado.
A
indicação dos exames de rastreamento, o tempo de intervalo entre cada um deles.
Se o paciente for submetido a uma colonoscopia e tiver um exame normal ele pode
repetir esse exame em dez anos. Se o paciente fizer um exame de sangue oculto
nas fezes, tanto guáiaco quanto imunoquímico e esse exame for positivo, o
paciente deve ser encaminhado para fazer uma colonoscopia. Se o exame for
negativo, há indicação dos guidelines
que ele seja repetido anualmente ou bianualmente, e, quando positivo, o
paciente deve ser encaminhado a um exame complementar com a colonoscopia.
Retossigmoidoscopia
flexível, enema opaco e colonoscopia virtual devem ser repetidos a cada cinco
anos; e o DNA, que a gente ainda não tem, ainda não se sabe o intervalo em que
deve ser repetido.
O
rastreamento, como já foi explicado, a indicação, para grandes populações que
não têm condições de serem submetidas a colonoscopia, que é o padrão áureo, é a
realização do exame de sangue oculto nas fezes e quando positivo, a realização
da colonoscopia.
Aqui
estamos lançando a Semana de Prevenção de Câncer do Intestino, cujo objetivo é
modificar a realidade do Rio Grande do Sul com a diminuição da incidência do
câncer colorretal, conscientizando da necessidade da realização da
colonoscopia. Vamos trazer uma maquete de um intestino gigante que tem em torno
de 20 metros, em que as pessoas vão entrar para visualizar as patologias, vão
assistir a alguns vídeos e vão receber informações de como prevenir o câncer de
intestino. O foco é na prevenção do câncer de intestino. Vai haver uma palestra
inaugural, com especialistas da coloproctologia, endoscopia e nutrologia, que
vão explicar como fazer rastreamento no Brasil, quais os resultados de
programas de rastreamento colorretal, a importância da nutrição, da nutrologia
e qual a relação da colonoscopia com a diminuição da incidência do câncer
colorretal. Vai ser no BarraShoppingSul, de 28 a 31 de maio. Todos estão
convidados para a visitação, assim como para a palestra inaugural, que será no
dia 28 à noite; as pessoas impactadas diretamente são os adultos, jovens e
crianças, e indiretamente os seus familiares.
Uma
sugestão de programa de rastreamento para a nossa Cidade, que tem uma
incidência tão alta de câncer colorretal, sendo o segundo mais comum em homens
e mulheres, seria instituir nos postos básicos de saúde, nas unidades, para
pessoas que não têm condições, a coleta de sangue oculto nas fezes. E se esse
exame for positivo, os pacientes devem ser encaminhados para uma triagem para
fazerem a colonoscopia. Se houver algum resultado na colonoscopia, esses
pacientes devem ser tratados.
Pessoas
que têm condições, que têm convênios ou que têm acesso à colonoscopia, devem
realizar o exame de acordo com a idade e com a história familiar. É considerado
padrão áureo.
Instituiu-se
a Semana de Prevenção de Câncer de Intestino, que nós chamamos de Semana do
Maio Laranja, a modelo de campanhas de prevenção de outras doenças, porque
lembra a questão do suco, das fibras, dos agentes antioxidantes, do ácido
ascórbico, da vitamina C. Por isso, pela relação com os fatores de prevenção,
nós chamamos de Maio Laranja.
Existem
alguns projetos que estão em andamento. Há um projeto de lei que nós estamos
trabalhando junto à Assembleia e ao Senado com a Senadora Ana Amélia, para
instituir o Dia Nacional de Prevenção de Câncer de Intestino.
Esses
são os nossos patrocinadores, sem os quais nós não poderíamos fazer esta
campanha. Termino dizendo que, quando sonhamos sozinhos, é apenas um sonho;
quando sonhamos juntos é o início de uma nova realidade. Esse é o convite da
nossa palestra inaugural, e aqui um fôlder
da campanha (Mostra o fôlder.). Convido todos a participarem. Muito
obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Convido a Dra. Marlise Mello Cerato a
fazer parte da Mesa. Solicito aos Líderes que se desloquem até a sala da
presidência para uma rápida reunião.
O
Ver. Idenir Cecchim está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Ver. Professor Garcia;
Secretário Villela; Dra. Marlise Mello Cerato, obrigado por ter vindo aqui hoje
fazer esta explanação. Nós falamos tanto que a saúde está mal, que não tem
atendimento nos hospitais, que faltam cirurgias... Eu gostei muito quando a
senhora disse preferir fazer a prevenção e não o combate à doença. Eu achei
isso muito inteligente, muito interessante, e nós devemos ajudar; nós, homens
públicos de qualquer esfera, Vereadores, Deputados, enfim, os homens públicos,
aqueles que têm a responsabilidade de lutar por isso, de lutar pela prevenção e
fazer algo para ajudar nisso, ajudar a senhora, que dedica o seu tempo
gratuitamente fazendo isso. A senhora não está fazendo isso lá na sua clínica,
lá no hospital; a senhora está vindo aqui na Câmara de Vereadores, irá à
Assembleia Legislativa, está fazendo isso nos locais onde possa convidar as
pessoas que podem ajudar. Queria lhe cumprimentar por isso e lhe dar a notícia
que eu protocolei um projeto de lei que estabelece o dia 28 de maio, dentro da
Semana de Prevenção, também aqui no Município de Porto Alegre isso, como um dia
em que todos nós possamos nos somar a essa luta importante. Vou lhe dizer uma
coisa particular: meu pai teve câncer de reto, intestino; porque ele conseguiu
que isso fosse determinado num exame de fezes, foi operado no SUS e viveu mais
25 anos, e, quando morreu, não foi dessa doença. Realmente, o que a senhora
mostrou ali aconteceu com a minha família, com o meu pai. A prevenção é um dado
importante. Muito obrigado pela sua presença e pela sua explanação.
(Não
revisado pelo orador.)
(O
Ver. Mauro Pinheiro assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. JUSSARA
CONY: Boa
tarde! Quero, antes de mais nada, cumprimentá-la pelo significado do trabalho
que vocês estão fazendo. Eu já estava indo para a Reunião de Líderes quando o
Ver. Comassetto me permitiu falar na sua frente, e em função também da fala do
Ver. Cecchim.
Eu tenho um histórico familiar: avó, intestino;
pai, laringe; a tia, filha da mesma mãe do meu pai, cordas vocais; e, há dois
anos, o meu neto de 26 anos – durante três anos lutou contra leucemia – foi a
óbito. Então, é uma história familiar. Naturalmente que a gente busca se
cuidar, mas eu trago isso para ligar com um projeto que esta Casa aprovou por
unanimidade que foi o estabelecimento – antes da Semana Nacional, do projeto do
Deputado Beto Albuquerque –, uma semana antes, em Porto Alegre, da Semana
Municipal de Doação de Medula Óssea, para esclarecimento à população de como
isso é fácil, porque as pessoas não sabem. Então, Cecchim, tu estás
estabelecendo esse dia; eu estou querendo estender na perspectiva do tipo da
Semana da Medula Óssea, para que Porto Alegre pudesse ter uma semana nessa
linha que tu nos trazes aqui, que é a linha da educação, da prevenção e também
incluído na programação da cidade de Porto Alegre – pode ser referência para o
Brasil inteiro. Nessa linha da educação, da prevenção, mas também na linha de
mostrar alguns exames de rastreamento e alguns exames que a população tem que
saber para ir procurar os seus direitos, e não deixar que o diagnóstico se dê
no momento assim que já não tem mais o que se fazer. Falo isso também como
farmacêutica e muito atuante nessa área da busca, principalmente da prevenção.
A proposta do Cecchim é ótima, poderia ser em torno desse dia, mas se nós
pudéssemos estender exatamente por uma semana, dentro da semana... A Prefeitura
Municipal está muito receptiva a esse tipo de trabalho com a sociedade, com
entidades como a de vocês, porque vocês estão fazendo um papel importantíssimo,
e para gestor que entende que a prevenção e a educação são estratégicas, o
trabalho tem que ser integrado. Então, um pouco dentro disso, depois a gente
conversa com o Ver. Cecchim, que traz uma proposta importante. Eu lembrei dessa
outra, aprovada aqui nesta Casa, que vai nos dar a possibilidade de esclarecer muito à população junto
com entidades como a de vocês. Parabéns e muito obrigada por estarem aqui
conosco.
(Não
revisado pela oradora.)
A SRA. MARLISE MELLO CERATO MICHAELSEN: Obrigada, eu só gostaria de lembrar que a
gente está lançando a Semana de Prevenção de Câncer de Intestino deste ano.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Engº Comassetto está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ENGº COMASSETTO: Prezada Dra. Marlise, venho aqui em nome
da minha Bancada – Ver. Mauro Pinheiro, Ver.ª Sofia, Ver. Alberto Kopittke,
Ver. Marcelo Sgarbossa – e em meu nome, primeiro para lhe cumprimentar porque
sabemos o quanto é difícil enfrentar esta luta, no dia a dia, principalmente
para conquistar o espaço, a estrutura necessária, inclusive apostar na pesquisa
para acompanhar a evolução dos estudos para enfrentarmos isso. Quero lhe dizer
que sou testemunha de que esta Casa tem contribuído em definir um dia, fazer
debates sobre várias doenças que eram praticamente desconhecidas da população.
A sua fala aqui foi ouvida por milhares de pessoas. Então, novamente, em nome
da Bancada do nosso partido, quero nos colocar inteiramente à sua disposição
para contribuir com este processo. Cumprimento também o Ver. Cecchim que traz
este tema para a Casa, e que isso fique gravado nos Anais da Cidade. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. MARLISE MELLO CERATO MICHAELSEN: Obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Elizandro Sabino está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ELIZANDRO SABINO: Na mesma linha, Sra. Marlise, nós
queremos também lhe parabenizar pelo trabalho realizado, especialmente, porque
quando diz respeito à prevenção, todas as ações são meritórias e dignas de
louvor. Portanto, receba a nossa parabenização em nome da Bancada do PTB,
composta pelos Vereadores Paulo Brum, Cassio Trogildo, Alceu Brasinha e em meu
nome, e também nos colocamos à sua inteira disposição nesse sentido. Afinal, um
dado que me surpreende é quando se fala que o segundo tipo de câncer mais comum
em homens e mulheres em Porto Alegre é justamente o câncer de intestino. Então,
este trabalho de profilaxia, de prevenção é uma medida que se impõe. Nós
estamos juntos nesta luta.
Parabéns
pela iniciativa e pela presença aqui nesta Casa na tarde do dia de hoje. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. MARLISE MELLO CERATO MICHAELSEN: Obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Dr. Thiago está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. DR. THIAGO: Dra. Marlise Mello, colega, quero dizer
duas coisas bem singelas: a nossa proposição para Título de Cidadão Honorário
para este ano é para o cirurgião proctologista, Dr. Pedro Gus, e, sem dúvida,
isso muito nos honra até por ele ter sido meu professor, ter sido um grande
Secretário Municipal de Saúde. A preocupação que lhe trago aqui – já pedindo a
ajuda da sociedade – é pela constatação que nós temos feito, Ver. Mauro
Pinheiro, que faz parte, também, da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, é de que
grande parte – quase 80% – dos diagnósticos de câncer pelo SUS, principalmente
os de intestino, hoje é feita nas emergências dos nossos hospitais, porque as pessoas
não têm tido acesso ao sistema de saúde. Então nós temos um Projeto aqui
extremamente singelo, mas extremamente importante, para que as pessoas com
diagnóstico de câncer ou com imagem – feita em mamografia, colonoscopia ou
endoscopia digestiva – muito sugestiva a esse diagnóstico, possam marcar a sua
consulta diretamente nos hospitais. Isso, sem dúvida nenhuma, vai fazer com que
tratemos essa doença, e não que continue ocorrendo, como ocorre hoje, de
doenças curáveis, sendo transformadas em doenças incuráveis, pela falta de
acesso das pessoas ao sistema de saúde.
Conto
com a ajuda da sociedade, tenho certeza, já conversei com alguns colegas
proctologistas; conto com o conjunto de Vereadores. O Ver. Cecchim já se
mostrou bastante afeito ao tema, disse que vai nos ajudar também, bem como
outros Vereadores, para que a gente possa mudar essa página, que esse
tratamento possa ser desburocratizado – o tratamento oncológico –, e para que
as pessoas possam realmente tratar e curar suas patologias.
Parabéns
pela sua exposição. Gostaríamos muito, inclusive, da sua presença na Comissão
de Saúde e Meio Ambiente. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Professor Garcia, Presidente desta
Casa, convida os Líderes para uma reunião na sala da presidência.
O
Ver. João Carlos Nedel está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Quero, em nome da minha Bancada, da nossa
Líder, Ver.ª Mônica Leal; do Ver. Guilherme Socias Villela, Secretário desta
Casa; do Ver. Kevin Krieger e em meu nome dar as boas-vindas à Dra. Marlise. O
meu amigo Fabrício Sporleder me deu rapidamente o seu currículo, e o Cecchim
agora me dá uma página inteira, com fotografia e tudo. Eu quero lhe dar os
nossos cumprimentos e os nossos agradecimentos pelo fato de a senhora estar
aqui, justamente informando e até orientando os nossos Vereadores.
Nós
aqui, doutora, decidimos sobre várias coisas, inclusive sobre saúde. Eu sou
contador, tenho muita dificuldade para decidir sobre saúde; então a senhora
está fazendo um grande bem a esta Casa, a esta Cidade nos orientando, nos
informando. Quero dizer da grande preocupação: 32.600 novos casos estão
acontecendo no Rio Grande do Sul, sendo que a maioria ocorre nas mulheres – 17
mil contra 15 mil dos homens. Mas se fosse apenas um, já seria um problema
sério, mas 32 mil habitantes do nosso Estado estão sujeitos a essa doença. Meus
cumprimentos pela prevenção, porque prevenir é extremamente importante.
Convidem-nos e informem-nos para a Semana da Prevenção, da qual queremos
participar. Meus cumprimentos.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. MARLISE MELLO CERATO MICHAELSEN: Muito obrigada. A Semana da Prevenção
acontecerá no BarraShoppingSul, de 28 a 31 de maio, iniciando às 19h30min, estão
todos convidados. O evento será durante todo o dia. Obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Paulinho Motorista está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. PAULINHO MOTORISTA: (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Dra. Marlise Mello, obrigado por essa orientação que a senhora nos
trouxe hoje. E quero dizer que, a cada dia que passa, aprendemos mais. E, nessa
situação da prevenção contra o câncer de intestino, isso é muito importante,
porque se a doença for detectada antes, há muito mais chance de melhora, até
porque se for feita uma cirurgia, já com a doença avançada, o paciente – a
senhora sabe melhor que eu – vai ter que usar aquela bolsinha. Talvez, depois,
dê para reverter a situação da bolsinha, como se fala. E se a doença for
detectada no início, o paciente, com certeza, vai ter a chance de revertê-la,
mas se ela estiver já avançada, terá, talvez, que usar aquela bolsinha para o
resto da vida, que, claro, ninguém quer, mas, às vezes, tem que se usar, não é
doutora? E, para nós, isso é muito importante. As pessoas, às vezes, não se dão
conta dessa situação. A senhora nos trazendo esse assunto, ficamos muito
felizes pela sua presença – eu tinha um compromisso, mas parei para ouvi-la –,
porque estamos sempre aprendendo. E quero dizer que eu e o Ver. Ferronato –
Líder da minha Bancada do PSB – estamos à disposição no que der para ajudar,
para trocar ideias e estar sempre junto com a senhora aqui mais vezes.
Agradeço. Esperamos que a senhora nos traga, cada vez mais, orientações sobre
essa doença, que é fatal. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. MARLISE
MELLO CERATO MICHAELSEN:
Muito obrigada.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Eu gostaria de uma informação a mais:
alguns colegas me perguntaram se o cigarro causa câncer de intestino?
A SRA. MARLISE MELLO CERATO MICHAELSEN: Sim, é um dos fatores predisponentes,
principalmente acima de 20 cigarros por dia.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Quero convidar o Ver. Idenir Cecchim
que, em seu nome e em nome da Câmara de Vereadores, fará uma homenagem à Dra.
Marlise.
(O
Ver. Idenir Cecchim procede à entrega da placa comemorativa.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Sra. Marlise Mello Cerato Michaelsen está com a
palavra para as considerações finais.
A SRA. MARLISE MELLO CERATO MICHAELSEN: Gostaria de agradecer a todos os
presentes, a todos os Vereadores, ao Presidente, novamente agradecer ao Ver.
Idenir Cecchim, que se mostrou tão prestativo, nos acolhendo e nos trazendo a
esta Sessão no dia de hoje. Realmente, o câncer de intestino tem uma
prevalência muito alta, tanto em Porto Alegre, quanto no Rio Grande do Sul. E,
como bem falou um dos Vereadores, é uma doença que podemos prevenir, mas,
infelizmente, como falou o Dr. Thiago, os diagnósticos são feitos em fases tardias,
já na emergência, já com os pacientes tendo que fazer tratamentos mais
elaborados, mais caros, enquanto que poderíamos fazer a prevenção. Nós temos a
obrigação de informar à população, porque é uma doença que nós podemos
prevenir, atingindo uma taxa de cura de até 90% em diagnósticos iniciais. E as
pessoas não sabem, ignoram o assunto. É nosso dever como médico, como cidadão,
alertar a população. Muito obrigada a todos.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Agradecemos a presença da Sra. Marlise
Mello Cerato Michaelsen, Presidente da
Associação Gaúcha de Coloproctologia. Estão suspensos os trabalhos para as
despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h53min.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro
Pinheiro – às 14h55min): Estão reabertos
os trabalhos. Apregoo Requerimento, de autoria do Ver. Nereu D’Avila,
solicitando Licença para Tratamento de Saúde no período de 19 a 21 de maio de
2014.
O
SR. ENGº COMASSETTO (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a inversão da
ordem dos trabalhos, para que possamos, imediatamente, entrar no período de
Comunicações. Após, retornamos à ordem normal.
O SR. PRESIDENTE (Mauro
Pinheiro): Em votação o
Requerimento de autoria do Ver. Engº Comassetto. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
Passamos às
Hoje,
este período é destinado a assinalar o transcurso do 85º aniversário do Sindicato dos Gráficos do Rio Grande do Sul,
nos termos do Requerimento nº 037/14, de autoria do Ver. Engº
Comassetto.
Convidamos para compor a Mesa: o Sr. Francisco
Lázaro Peixoto da Silva, Presidente do Sindicato dos
Gráficos do Rio Grande do Sul; o Sr. Marcelo Chiodo, Secretário Municipal Adjunto do
Trabalho, representando a Prefeitura de Porto Alegre; o Sr. Luciano Ricardo
Flores Bernardo, Vice-Presidente do Sindicato dos Gráficos do Rio Grande do
Sul; o Sr. Soli Souza da Silva, Diretor do Sindicato dos Gráficos do Rio Grande
do Sul; o Sr. Darci Juarez de Campos Homem, Diretor de Comunicação do Sindicato
dos Gráficos do Rio Grande do Sul; e o Sr. Sandro Fraga, Tesoureiro do
Sindicato dos Gráficos do Rio Grande do Sul.
O
Ver. Engº Comassetto, proponente desta homenagem, está com a palavra em
Comunicações.
O SR. ENGº COMASSETTO: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.)
É com muita satisfação que vimos hoje nesta Sessão trazer uma homenagem, em
nome da Câmara Municipal de Vereadores de Porto Alegre, portanto, em
nome dos 36 colegas Vereadores, de todos os Partidos, ao Sindicato dos Gráficos
de Porto Alegre, que, ao longo dos seus 85 anos de atividade sindical,
representa um Sindicato forte e atuante, que merece todo o nosso respeito e
apreço. Devido ao trabalho desempenhado pela categoria gráfica na luta sindical
e seus desdobramentos no âmbito político e social, as atividades do Sindicato
dos Gráficos de Porto Alegre representam o movimento operário no início do
século XX, mais precisamente em 1929. Nesse sentido, é possível identificarmos
em vários setores de nossa sociedade, ou melhor, em nosso cotidiano, o valoroso
trabalho dessa categoria no cenário da classe gráfica rio-grandense, que
começou a escrever, literalmente, uma nova história no mundo das letras após a
invenção da imprensa, por Gutemberg, no século XV. A figura do gráfico passou a
surgir ao final do século XIX, chamado, então, de tipógrafo, e ganha força ao
longo do século XX. A propagação da informação ganhou um fabuloso impulso por
meio do trabalho do gráfico, que tem contato com os livros, jornais, revistas,
panfletos, propaganda política, fazendo circular, difundir e propagar ideias,
contribuindo para a indústria gráfica, que passou a adquirir papel fundamental
na transmissão de ideias. A forte mobilização da categoria sempre foi além de
mera luta sindical e se tornou ainda mais visível no período da década de 40
até o final dos anos 60, devido ao envolvimento do movimento sindicalista com a
vida política brasileira. De modo geral, os gráficos de Porto Alegre e do Rio
Grande do Sul, por meio de um Sindicato sério e organizado, estiveram ao longo
de décadas permanentemente mobilizados, pois sempre foram os primeiros a sentir
mais duramente as mudanças e mecanismos de controle sobre as atividades
Políticos-sindicais. Realmente, o vanguardismo da classe gráfica entre o
movimento sindical, desde as primeiras décadas, revela sua vocação para ser
intérprete das correntes literárias, políticas e sociais que, a rigor, passavam
a frente daqueles que, necessariamente, tinham que dar vida através de seus
panfletos, livros, revistas. Nesse sentido, percebe-se a vanguarda sindical dos
gráficos que debatiam luta política da categoria sempre vinculada ao cenário
político. Com a chegada dos anos 1990, a modernização tecnológica e o
sindicalismo político passaram a transformar a realidade funcional da classe
gráfica; a informação e os sistemas digitais passam a substituir os velhos
processos. Algumas empresas, como alguns veículos de comunicação passam a ter
parques gráficos com a estrutura que rompe com a dependência externa.
O Sr. Clàudio
Janta:
V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Engº Comassetto,
quero saudá-lo por essa iniciativa de trazer a esta Casa a homenagem a um dos
Sindicatos mais antigos da nossa Cidade, do nosso Estado, que tem serviços
prestados não só à categoria, mas também estende à população de Porto Alegre.
Então, agradeço a V. Exa., assim como aos gráficos do Rio Grande do Sul, aos
que estão aqui presentes, à Direção do Sindicato; e que Deus abençoe e dê uma
vida longa a esse Sindicato.
O SR. ENGº
COMASSETTO:
Muito obrigado, Ver. Clàudio Janta.
O Sr. Marcelo
Sgarbossa:
V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço o aparte,
parabenizo o Ver. Comassetto, em nome da Bancada do PT, parabenizando o
Sindicato pelos 85 anos e pela luta da democracia, que não seria a mesma sem o
Sindicato dos Gráficos e o instrumento da difusão da informação. Então parabéns
ao Presidente Lázaro e aos demais representantes.
O SR. ENGº
COMASSETTO:
Muito obrigado, Ver. Marcelo.
A Sra. Jussara
Cony:
V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Em primeiro lugar, quero
parabenizá-lo, Ver. Comassetto, sem dúvida, em nome de toda esta Casa, V. Exa.
nos representa neste momento; e os companheiros de tantas lutas, de tantos
anos, em nome da Bancada do PCdoB, meu e do Ver. João Derly. Quero lembrar de
uma parte da história, além desse processo de serem veículo, às vezes, até
clandestinamente, da luta de fazer a comunicação para retomada da democracia no
nosso País. E creio que o Sindicato dos Gráficos representou, em um período
muito importante da história, e continua representando, uma parcela
significativa da classe operária do nosso País. Parabéns, companheiros.
O SR. ENGº
COMASSETTO:
Muito obrigado, Ver.ªJussara Cony. Sr. Presidente, não temos dúvida de que a
contribuição do trabalho dos gráficos, ao longo da história de Porto Alegre, do
Rio Grande do Sul e da sociedade brasileira, já se fez sentir e continua sendo
sentida no dia a dia. E quero dizer que tenho muita satisfação, prezado
Secretário Chiodo, eu tive a carteira assinada pela primeira vez como
encadernador, tipógrafo e impressor e me sinto nesse processo histórico. Então,
quero aqui cumprimentar o Sindicato dos Gráficos por esses 85 anos de vida e
desejar vida longa ao Sindicato dos
Gráficos do Rio Grande do Sul. Um grande abraço. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Obrigado, Ver. Comassetto. O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra
em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Mario Fraga.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Primeiramente, quero agradecer ao
Ver. Mario Fraga pela cedência de seu tempo. Minha saudação especial ao Ver.
Engº Comassetto, pela iniciativa desta homenagem ao Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas de Porto Alegre pelos
seus 85 anos de criação. Entendo-a mais do que justa. E, por isso, a ela me
incorporo, em nome da Bancada do Partido Progressista, sob a liderança da Ver.ª
Mônica Leal, na companhia dos Vereadores Guilherme Socias Villela e Kevin
Krieger. Quero, ao mesmo tempo, aproveitar esta oportunidade para fazer uma
pequena reflexão sobre os direitos dos trabalhadores e o papel dos sindicatos
em sua defesa. Pessoalmente, acompanho a posição do Magistério da Igreja
Católica quando afirmo que os direitos dos trabalhadores, como todos os demais
direitos, se baseiam na natureza da pessoa humana e na sua dignidade
transcendente. Reconhecemos, assim, nos ordenamentos jurídicos, o direito a uma
justa remuneração, ao repouso remunerado, a ambientes de trabalho que não
causem dano à saúde física nem lesem a integridade moral, e tantos
outros, entre os quais o direito de reunir-se e de associar-se.
Destaco aqui que a Doutrina Social da Igreja
reconhece também a legitimidade da greve, quando se apresenta como recurso inevitável
e necessário, em vista de um benefício proporcionado, depois de se terem
revelado ineficazes todos os outros recursos para a composição dos conflitos.
Especificamente quanto aos sindicatos dos
trabalhadores, a Doutrina reconhece, em toda sua extensão, o papel fundamental
que cumprem, ao defenderem os interesses vitais dos homens empregados nas
várias profissões.
As organizações sindicais, perseguindo o seu fim
específico ao serviço do bem comum, são um fator construtivo de ordem social e
de solidariedade, e, portanto, um elemento indispensável da vida social.
Mas a Doutrina não pensa que os sindicatos sejam
somente o reflexo de uma estrutura de classe da sociedade, como não pensa que
eles sejam o expoente de uma luta de classe, que inevitavelmente governe a vida
social. Os sindicatos são propriamente os promotores da luta pela justiça
social, pelos direitos dos homens ao trabalho, nas suas específicas profissões.
E essa luta deve ser compreendida como um empenhamento normal das pessoas em
prol do justo bem e não uma luta contra os outros.
O sindicato é, antes de tudo, um instrumento de
solidariedade e de justiça, não podendo abusar dos instrumentos de luta. Em
razão da sua vocação, deve vencer as tentações do corporativismo, saber
autorregular-se e avaliar as consequências das próprias opções em relação ao
horizonte do bem comum.
Nós acreditamos que os sindicatos devem assumir
uma função de colaboração com os outros sujeitos sociais e interessar-se pela
gestão da coisa pública. Têm o dever de influenciar o poder político de modo a
sensibilizá-lo devidamente aos problemas do trabalho e a empenhá-lo a favorecer
a realização dos direitos dos trabalhadores. Mas os sindicatos, todavia, não têm o caráter de “partidos
políticos”, que lutam pelo poder e nem devem, tampouco, ser submetidos às
decisões dos partidos políticos ou ter relação com essas ligações muito
estreitas, pois em tal situação perdem facilmente o contato com aquilo que é a
sua função específica, que é aquela de assegurar os justos direitos dos homens
do trabalho no quadro do bem comum de toda a sociedade, e transformam-se em
instrumentos a serviço de outros objetivos.
Finalizando,
Sr. Presidente, renovo meus cumprimentos ao Sindicato dos Trabalhadores das
Indústrias Gráficas de Porto Alegre, pelos seus 85 anos de criação, desejando
perenidade e proatividade na persecução do seu fim específico de busca do bem
comum, sendo sempre um fator construtivo de ordem social e de solidariedade,
consolidando-se como um elemento indispensável na vida social em nossa Capital.
Meus parabéns!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Obrigado, Ver. João Carlos Nedel. O Sr.
Marcelo Chiodo, Secretário Adjunto da Secretaria do Trabalho do nosso
Município, nesta oportunidade representando a Secretária do Trabalho e o
Prefeito Municipal, está com a palavra para fazer uma pequena saudação.
O SR. MARCELO CHIODO: Saúdo o Presidente, Ver. Mauro Pinheiro,
e também o Sr. Francisco Lázaro Peixoto da Silva, Presidente do Sindicato.
Quero, em nome do Prefeito e da Secretária Luiza Neves, parabenizar pelos 85
anos de luta do sindicato. Também sou Presidente de sindicato na área da beleza
do Rio Grande do Sul, o qual tem 82 anos, então, sabemos da luta que se trava à
frente desses sindicatos. A Secretaria está sempre ajudando na parte de
qualificação dos funcionários e, no que precisarem, a Secretaria está de portas
abertas, à disposição dos senhores.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Convido o Ver. Engº Comassetto para
fazer a entrega do diploma alusivo aos 85 anos de luta do Sindicato dos
Gráficos do Rio Grande do Sul ao Sr. Francisco Lázaro Peixoto da Silva.
(O
Ver. Engº Comassetto procede à entrega do diploma.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Convido para fazer uso da palavra o Sr.
Francisco Lázaro Peixoto da Silva, Presidente do Sindicato dos Gráficos do Rio
Grande do Sul.
O SR. FRANCISCO LÁZARO PEIXOTO DA SILVA: Boa tarde a todos os presentes,
cumprimento a Mesa e o Ver. Mauro Pinheiro, Presidente desta Sessão, bem como o
Sr. Marcelo Chiodo, Secretário Municipal Adjunto do Trabalho, representando a
Prefeitura de Porto Alegre, e também aproveito para cumprimentar todos os meus
companheiros de direção que aqui estão presentes compondo a Mesa, e em especial
nosso cumprimento também ao Ver. Engº Comassetto, o proponente dessa homenagem
aos 85 anos do Sindicato dos Gráficos de Porto Alegre, categoria essa formada
por intelectuais na sua origem, pois os primeiros trabalhadores gráficos
necessariamente deveriam ler e escrever, fato não muito comum há 85 anos;
atualmente, a sociedade ainda tem um percentual muito grande de analfabeto das
letras, como também os funcionais, e, infelizmente, os analfabetos de dignidade
e consciência. No entanto, o ramo gráfico em muito se alterou nesses 85 anos,
pois do trabalho manual passamos para as máquinas off set, e, atualmente, a tecnologia inspirada e empurrada pela
informática, comunicação digital e as novas mídias elevam a condição do
trabalhador gráfico ao status de um
técnico gráfico. O trabalhador gráfico é um artista do ramo da comunicação.
Devemos ter consciência da nossa importância e do brilhante papel desempenhado
pelos trabalhadores que nos antecederam, que participaram e contaram em letras
impressas a história da humanidade. A nós cabe a condição de continuar a
escrever os capítulos que vivenciamos, além, é claro, de atuarmos como sujeitos
desta luta e não nos contentarmos a ser meros expectadores.
Finalizando,
constatamos que o carnaval já passou, a Copa está aí, mas não podemos, de forma
alguma, nos esquecer da grande responsabilidade de eleger os governantes deste
país. Necessitamos ter consciência de que temos o voto como ferramenta para
excluirmos aquelas pessoas que utilizam o palanque eleitoral como trampolim
para expropriar a sociedade. É necessário indignar-se com os desgovernos dos
ditos governos, é necessário, sim, indignar-se com aqueles que querem tirar
vantagem em tudo ou nas pequenas coisas. Não podemos aceitar que o incorreto se
torne natural; precisamos, como sociedade, mudar radicalmente, pois se banaliza
atualmente o ilegal, o errado, o incorreto, e o politicamente correto, aquilo
que naturalmente é correto, passa a ser a exceção. Que país é este? Será que é
o que queremos para nós, para os nossos filhos e para o próximo? Com certeza
que não! E para mudarmos a situação de exclusão que permeia a nossa sociedade
precisamos de salários dignos, alimentação a preços compatíveis com aqueles que
são pagos aos agricultores, educação, segurança e saúde. Percebemos aqui que as
necessidades prementes da sociedade passam pela ação do Estado. Desta forma,
senhoras e senhores, esperamos ter deixado o nosso recado e colaboração na
formação de uma sociedade plural e justa, conforme preconiza a nossa
Constituição. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em nome da Câmara de Vereadores de Porto
Alegre, queremos parabenizar o Sindicato, em nome do Francisco Lázaro, e dizer
que quem conhece a história – e conversávamos aqui durante essa Sessão a
respeito da história do sindicato, a importante história, de onde surgiram
vários outros na comunicação – sabe que o Sindicato foi o precursor nesta
relação dos sindicatos, no surgimento dos sindicatos da comunicação. Parabenizo
o Ver. Engº Comassetto pela iniciativa, e, em nome da Câmara, queremos
parabenizar o Sindicato por esta longa luta e por essa trajetória importante da
história da nossa Cidade, do nosso Estado do Rio Grande do Sul. Obrigado a
todos pela presença. (Palmas.) Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 15h27min.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro – às
15h28min): Estão
reabertos os trabalhos. Apregoo o Ofício nº 493/14, do Prefeito Municipal José
Fortunati. (Lê) “Senhor Presidente: Cumprimentando-o cordialmente, comunico a
Vossa Excelência e demais Edis, conforme prevê a Lei Orgânica do Município de
Porto alegre, que me ausentarei da cidade das 19h57min do dia 18.05.14 às
16h58min do dia 20.05.14, para participar, em São Paulo, da 65ª Reunião Geral dos
Prefeitos, realização da FNP. O ônus para o Executivo será de uma passagem
aérea para o trecho POA/SP/POA e a cessão de 2 (duas) diárias. Registro, por
oportuno, que na vacância assumirá o Senhor Vice-Prefeito, Sebastião Melo.”
O
Ver. Airto Ferronato está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. A
Ver.ª Any Ortiz está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver.
Bernardino Vendruscolo está com a palavra em Comunicações.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro;
Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos assiste. Nos últimos dois
meses, tenho vindo a esta tribuna constantemente para falar de ética na
política. E quando eu falo de ética na política, eu tenho a nítida impressão
que temos dificuldades de entendimento com a própria população. Talvez, Ver.ª
Mônica, V. Exa. que é jornalista, possa me auxiliar nas questões de
comunicação.
Na
semana passada, logo que desci da tribuna, recebi telefonemas. De um lado,
fiquei feliz porque as pessoas estão nos ouvindo, e um pouco triste, porque as
pessoas de um modo geral têm dificuldade de entender algumas coisas.
Eu
estou com mandato desde janeiro de 2005. Eu nunca me preocupei e não vou me
preocupar em fazer política para agradar – vários dos senhores aqui também
fazem assim. Eu vou seguir nesse caminho. Agradar, fazer aquelas bajulações
levianas que no jargão popular está no subconsciente que essa é a forma de
fazer política. Sujeito que não contraria, que contempla a todos, enfim, que
não assume riscos de divergências. Pois este Vereador não tem dificuldade para
isso.
Na
presidência estadual do Partido Republicano da Ordem Social, o PROS, nós temos
viajado pelo interior do estado abrindo o Partido, e não entregamos, – vou
voltar a frisar aqui –, o comando do PROS a pessoas que não comprovem,
efetivamente, a condição do Ficha Limpa. E eu já disse e vou repetir, tenho
enfrentado algumas dificuldades. É, Vereadores, por incrível que pareça. Mas
acho que é o mínimo de quem tem o mandato, deve fazer, é defender esta
condição. Porque, se nós temos a tribuna para defender os nossos projetos mais
diretamente, também temos a tribuna para defender aquele pensamento que envolve
uma grande parcela da sociedade hoje. Que é aquela convicção de que a maioria
dos políticos faz um discurso apartado de uma prática. Pois, talvez,
Vereadores, é aonde quero chegar, não tenhamos tido condições de nos expressar
de uma forma mais contundente, ou com mais clareza. E faço este colocação para
dar um recado aos detentores de dois ou três blogs, que falam muito em política sobre essa questão. Os senhores
podem publicar, podem fazer o sarandeio que estão fazendo, mas este simples
Vereador, trabalhador, quer queira ou não, da boa política, não vai mudar o seu
pensamento.
No
final de 2016, nós estaremos completando três mandatos, e chegará o momento de
agradecermos aos eleitores e a colaboração de todos os senhores e as senhoras.
E até lá, nós vamos ficar defendendo esse posicionamento. Tentar juntar,
aproximar mais, o discurso da prática política, que isso sim nós temos muita
certeza de que um grande número faz: fala de um jeito e pratica de outro.
Enquanto nós estivermos no comando do Partido aqui no Estado, podem esquecer os
emissários do Planalto, de Brasília, de Roraima, de onde quer que seja. Só
entregaremos o comando do partidos nos municípios para quem tem efetivamente
ficha limpa. E não vamos nos curvar para uma outra decisão. Obrigado, Vereador.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Obrigado, Ver. Bernardino. O Ver.
Paulinho Motorista está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PAULINHO MOTORISTA: Boa tarde, Presidente, e aos demais
Vereadores; pessoal que nos assiste nas galerias e nas suas residências,
através da TV Câmara. Quero registrar que hoje estive visitando o Hospital
Parque Belém, no bairro Belém Velho, a convite do Sr. Ivo Fortes, meu
companheiro de partido que integra há muitos anos a Câmara Técnica do hospital,
hoje coordenada pelo também companheiro Lauro Do Val. A Câmara Técnica é uma
espécie de conselho local em defesa da saúde do hospital, que nos trouxe a
preocupação a respeito da crise financeira que vive o hospital neste momento. O
jornal Zero Hora publicou uma matéria neste sábado passado, também abordando
essa mesma preocupação. Todos sabemos que, em breve, teremos inaugurado o
Hospital da Restinga – uma parceria importante entre o poder público e o
Hospital Moinhos de Vento – que vai melhorar, com certeza, o atendimento
hospitalar na região do Extremo-Sul. Entretanto, ninguém quer perder o Hospital
Parque Belém que é antigo e muito conhecido na região, com grande experiência
acumulada e muito bem equipado em algumas áreas como psiquiatria, dependência
química, área em que o hospital é referência estadual. O hospital tem à disposição
na sua estrutura equipamentos de última geração. Além disso, as regiões Sul, e
o Extremo-Sul, são as que mais crescem em nossa cidade. Entendo que isso
justifica a necessidade de mantermos o hospital Parque Belém em funcionamento,
juntamente com o novo Hospital da Restinga, pois eles podem ter uma atuação
complementar com especialidades em áreas diferentes.
Nesta
visita de hoje pela manhã, percebi o clima de preocupação entre os dirigentes,
funcionários, pacientes e comunidades. Dos 199 leitos disponíveis no hospital,
apenas 60 estão ocupados. Foi relatado que há atrasos no repasse de valores do
SUS, o que tem gerado diversas dificuldades no custeio das atividades do
hospital. Enfim, eu também fui informado que o hospital possui dívidas a serem
sanadas com o Município que, em nosso entendimento, devem ser parceladas para
que a situação não piore. Nesse sentido, fui informado que a Câmara Técnica
enviou um documento ao Prefeito pedindo apoio. Por isso faço este registro
pedindo atenção e colaboração dos demais Vereadores para que ajudemos a
resolver esta situação, pois a manutenção deste hospital é muito importante
para a nossa Cidade.
Da
minha parte, vou procurar ajudar entrando em contato com o nosso Secretário e
com o Governo, de um modo em geral. Eles, com certeza, serão sensíveis e
solidários a esta situação. Eu mesmo, como morador da Zona Sul e Extremo-Sul, e
não só por isso, sei que saúde é tudo. É importante que o nosso Hospital Belém
Velho continue aberto, pois os pacientes consultam no Hospital Belém Velho há
anos, já que ele tem equipamentos de última geração. Então, a gente tem que
trabalhar para solucionar esta situação em que o Hospital vive. É muito triste
ver aquela área toda, com toda a estrutura, daqui a um tempo, não funcionar
mais. Não queremos o fechamento do hospital. Com certeza, para a população que
corre com doenças para o hospital, que não sabe para que hospital vai, naquela
correria, quanto mais hospitais abertos, para nós que temos preocupação com a
saúde, melhor. Isso é muito importante. Por isso continuarei trabalhando junto
com os demais Vereadores para termos a atenção do nosso Governo, da nossa
Secretaria de quem sempre tivemos apoio. Contamos com eles e certamente iremos
sentar, conversar e procuraremos trabalhar para que o nosso hospital continue
sempre aberto atendendo a nossa população que tanto necessita da saúde. Saúde é
tudo para nós! Um abraço a todos, pessoal.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a
palavra em Comunicações.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Boa tarde a todos e a todas; Ver. Mauro,
que preside os nossos trabalhos na tarde de hoje. Sei que eu vou falar de um
tema com o qual V. Exa. também está muito preocupado e, por um outro lado,
cumprimentar a Agapan, a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural,
diante da suspensão da votação que ocorreria, lamentavelmente, na tarde de
hoje, e que, felizmente, graças à atuação da Agapan, dos ambientalistas da
nossa Cidade, está suspensa em função de que a entidade pediu uma audiência
pública, Pablo, para que houvesse o espaço para o Executivo apresentar o
projeto que mexe na lei das antenas, que, pela Lei Orgânica do Município de
Porto Alegre, art. 103, fica garantido o direito de audiência pública quando
uma entidade requer e faz o pedido à Câmara de Vereadores. A audiência pública
é um direito da Cidade de Porto Alegre. A Agapan fez esse requerimento, o juiz
determinou a suspensão da votação, o projeto que estava na Ordem do Dia, depois
do que mutila o Plano Diretor Cicloviário, e um projeto extremamente
preocupante para a Cidade. Preocupante em três aspectos: primeiro em função dos
riscos de saúde que são causados a partir da exposição demasiada da população
às ondas eletromagnéticas. Já foram vários estudos feitos, inclusive um na
Universidade Federal de Minas Gerais, comprovando o aumento da incidência de
neoplasias, de câncer e tumor no cérebro em função da exposição a essas ondas.
Nós temos aqui o Dr. Álvaro Salles, da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, que nos trouxe que o celular e as ondas propagadas pelas antenas, torres,
estão em grau dois pela Organização Mundial da Saúde, equiparada, por exemplo,
ao vírus HPV, que todos nós sabemos que, infelizmente, é um dos fatores que
aumentam a incidência de câncer no colo do útero.
Então,
ponto um: tema da saúde, extremamente preocupante, extremamente temerário
aumentar a exposição da nossa população às ondas eletromagnéticas.
Em
segundo lugar, a questão do paliteiro, que pode vir a Porto Alegre, porque o
discurso que as operadoras têm feito, como sempre falaciosos e endossados por
alguns Vereadores desta Câmara, é que teríamos pequenas antenas, do tamanho de
caixinhas de fósforos na cidade de Porto Alegre. Mentira! Mentira! Até 20
metros, diz o projeto de lei, se podem botar as minitorres. Imaginem, 19,5
metros, se isso é minitorre! Se podem espalhar as minitorres pela cidade de
Porto Alegre! Minitorres com 19,5 metros! O Projeto também corre o risco de
isentar as multas milionárias que as empresas de telefonia devem para o
Município de Porto Alegre, aquelas mesmas que colocam cobranças embutidas para
cada um dos cidadãos que compram os aparelhos de celular. A maior reclamação do
Procon vem do péssimo serviço das operadoras e, sobretudo, das cobranças a mais
na conta de cada um dos cidadãos. Além de que eles vendem determinada
velocidade de celular e não cumprem! E nós estamos vendo, há muitos anos, a
tentativa, das operadoras, de pegar carona na Copa do Mundo; primeiro, com o
argumento falacioso de que o problema da qualidade é a lei de Porto Alegre, que
é uma lei que prioriza o princípio da precaução e do controle sobre o urbanismo
da Cidade. Mentira! Os índices são iguais aos da cidade de São Paulo. Em alguns
momentos da medição da Anatel, São Paulo chega a ser pior que Porto Alegre! E
não tem nenhuma lei específica em São Paulo que proteja! Portanto, as antenas e
as torres estão liberadas naquela cidade, apenas resguardadas no que diz a
legislação federal. E conseguem ter um sinal pior que o nosso! É que eles
terceirizam o serviço. Nós vimos a greve dos trabalhadores da Oi, a
precarização dos serviços. Os trabalhadores falaram, na CPI da telefonia, que
têm prazo para instalar as novas linhas, mas que não têm prazo para consertar
quando tem problema na casa das pessoas, porque a lógica é o lucro máximo. E
por que não falam dos milhões e milhões que devem ao Brasil?
Então,
mais uma vez, nós vimos que queriam vender reunião pública como audiência
pública, votar a toque de caixa um projeto extremamente temerário para a saúde
da população e vimos que foi a mobilização, a Agapan, a pressão popular que
garantiu, com uma decisão do Judiciário, Ver. Mauro, a suspensão da votação na
tarde de hoje.
Então,
eu quero cumprimentar a Agapan e alertar cada um dos porto-alegrenses de que
essa luta será uma das próximas lutas muito importantes que teremos de fazer
aqui neste Parlamento para que esse projeto de lei, primeiro, tenha uma
audiência pública – é evidente, é o mínimo –, mas que, sobretudo, não tenhamos
o desmonte da nossa legislação municipal.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, a segunda-feira começou com neblina, agora temos um bom sol, mas lá
no Paço Municipal a coisa anda com nuvens baixas.
Eu
posso dizer isso, devo dizer isso, porque sou um Vereador de situação, da base;
mas eu quero dizer que a base que eu represento é aquela lá fora, junto com
vocês colegas que são da base e que são, também, da oposição.
Eu
queria fazer daqui, desta tribuna, um convite ao Vice-Prefeito, Sebastião Melo,
ou ao Prefeito, ou aos dois, para que venham a esta mesma tribuna, na qual o
Vice-Prefeito anunciou a anulação do ato do inventário de Petrópolis; e, no
mesmo momento em que ele anunciava a anulação do ato, publicavam no edital da
Prefeitura Municipal o bloqueio preventivo de todos os imóveis de Petrópolis.
Eu
acho que isso é uma rasteira, isso não se faz, seja ele quem for o Prefeito, o
Vice-Prefeito, Secretários, Procuradoria, Epahc, Compahc, seja quem for que
aconselhou o Prefeito e o Vice a fazerem isso! Aconselhados foram a perder o
respeito pela Câmara Municipal de Porto Alegre. Foi isso o que aconteceu aqui.
Perdeu-se o respeito pela Câmara Municipal de Porto Alegre, no momento em que
veio o Vice-Prefeito, representando o Prefeito, dar uma notícia mentirosa! E
não se mente para Vereador e nem para uma Câmara de Vereadores inteira. Mentiu
que estava anulando o ato. É verdade! Mas, no mesmo momento, publicava um ato
pior, como vingança, como se esses moradores de Petrópolis tivessem alguma
culpa! Eles não têm culpa de nada. A culpa é dos incompetentes que mostraram
isso para o Prefeito, dos mal-intencionados! E eu não tenho que fazer aqui
nenhum carinho por ser de situação ou de oposição. E se viu, aqui na votação,
que a base do Governo era outra, eram os seis votos que os funcionários
aplaudiam daquele lado, e os 25, 26 ou 28 votos favoráveis ao projeto eram a
oposição naquele momento. A coisa ficou virada de pernas para o ar! Então, Ver.
Villela – V. Exa., que já foi Prefeito –, eu acho que quem aconselhou o
Prefeito e o Vice-Prefeito a fazerem isso tem que ser chamado no Gabinete do
Prefeito e, no mínimo, ser afastado das suas funções. Eu não sei quem foi que
deu esse conselho para que o Vice-Prefeito viesse aqui e entregasse um Cavalo
de Troia, cheio de inimigos, um presente de grego. Foi isso o que o
Vice-Prefeito anunciou aqui, contra os moradores do bairro Petrópolis, contra a
cidade de Porto Alegre, mentindo para os Vereadores.
Então,
Sr. Prefeito e Sr. Vice-Prefeito, quem quer que seja o responsável, vocês estão
convidados a virem a esta tribuna explicar por que fizeram isso. Eu me senti
ofendido! Ofendido por essa mentira e por esse ato de vingança publicado no
mesmo horário, no mesmo momento em que se dizia que tinha sido anulado o ato do
bairro Petrópolis. Isso não se faz com ninguém, nem com Vereador, nem com a
população, nem com o cachorro de casa! Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Paulo Brum está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, no dia 4 de julho de 2013, protocolei, nesta Casa, um projeto de
lei que cria o kit fraldas para as
pessoas com deficiência e idosos. Está na CCJ desde julho de 2013. Peço ao
Presidente da CCJ, meu querido amigo, Ver. Reginaldo Pujol, que se possível dar
uma atenção especial a este prometo deste Vereador. Por que digo isso, Sr.
Presidente? O Governo do Estado apresenta normas para aquisição e dispensação
de insumos de saúde para tratamento domiciliar, fraldas gratuitas e sondas para
pessoas com deficiência e idosos que necessitarem deste equipamento para a sua
saúde. A Secretaria Estadual da Saúde – esse é um informe que me manda o Conselho
Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência de Porto Alegre – Comdepa – atenta para essas questões. A Secretaria
da Saúde, por meio do setor da pessoa com deficiência, criou uma política
estadual de cofinanciamento para aquisição e dispensação de insumos de saúde
para tratamento domiciliar, principalmente fraldas e sondas. Até 2010, esses
insumos eram adquiridos através da competência da Assistência Social; porém a
Resolução nº 39 de 2010 passou a responsabilidade para a Política de Saúde. Não
foram definidas normas e critérios para o atendimento desta demanda,
consequentemente, as pessoas, usuários que necessitavam de fraldas, entravam na
Justiça, precisavam procurar o Poder Judiciário para conseguir esse direito,
enfim, para sua Assistências. Portanto, o Estado repassará mensalmente para os
Municípios o valor máximo de R$ 180,00 por paciente cadastrado no sistema GUD –
Gerenciamento de Usuários com Deficiência. Os Municípios que estiverem
cadastrados no GUD terão prazo de 90 dias para adequação ao processo de
dispensação administrativa. Sr. Presidente, para se ter uma ideia, no ano
passado, a Secretaria Estadual da Saúde atendeu 2.359 solicitações, com o custo
de R$ 7,2 milhões, proveniente de 190 Municípios. Destes, 48% tem idade acima
dos 60 anos, e o restante, 52%, são pacientes com deficiência adquirida ou
congênita. Além disso, os registros dos usuários por solicitações judiciais
para fraldas foram incluídas no GUD, pelo qual os dados puderam ser
sistematizados e dimensionados, proporcionando o controle da dispensação, bem
como o estudo epidemiológico da prevalência das solicitações Sr. Presidente,
nós temos este projeto lá na CCJ desde julho de 2013. O Município tem a
responsabilidade de gerenciar a Saúde em Porto Alegre e há a determinação da
própria Secretaria Estadual de Saúde dizendo que todo o cidadão com deficiência
que necessitar de fraldas e sondas uretrais, possa ser atendido pelo Sistema Único
de Saúde, através do gerenciamento da Secretaria Municipal de Saúde. Peço,
portanto, ao meu querido amigo Presidente da CCJ que possa agilizar, que dê uma
atenção especial, para que a CCJ nos forneça o Parecer, a fim de trazermos a
este Plenário mais esta possibilidade: a de que um cidadão com deficiência em
Porto Alegre que necessitar de fralda possa ser atendido pelo sistema da
Secretaria Municipal da Saúde. Sr. Presidente, trata-se do PLL nº 249/13.
Novamente,
peço ao meu querido amigo Ver. Reginaldo Pujol que possa dar uma atenção
especial, a fim de trazermos o projeto a este Plenário, para, com aquiescência
dos Srs. Vereadores, oferecermos mais este mecanismo de proteção à saúde das
pessoas com deficiência no nosso Município de Porto Alegre. Obrigado, Sr.
Presidente.
(Não
revisado pelo orador,)
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, só para tranquilizar o orador: ainda nesta Sessão ele terá
informação sobre o que está ocorrendo nesse processo, cuja denúncia grave ele
nos trouxe a esta Casa. Alguma coisa deve ter de explicação concreta, senão uma
grave irregularidade que involuntariamente eu tenha partilhado. Tenho quase
convicção de que não existe irregularidade. Trarei esclarecimentos ainda nesta
Sessão Ordinária que está se desenvolvendo.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Obrigado, Ver. Pujol, está feito o
registro. O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para uma Comunicação de
Líder.
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Estimados colegas, boa tarde, uma ótima
semana de trabalho a todos nós. Não posso deixar de falar, porque estamos
estupefatos com a manifestação do Ver. Cecchim que tal qual César foi
apunhalado pelas costas por Brutus do seu próprio partido. Então a nossa
solidariedade. Esse é o retrato de ações impensadas, não planejadas, que vão sendo
tomadas conforme chega ao ouvido do Prefeito, influenciando, tomando decisões
sem explicações que acabam criando esse tipo de constrangimento. O
Vice-Prefeito Sebastião Melo poderia, pelo menos – Ver. Comassetto, nosso
Líder; Ver. Sgarbossa; Ver.ª Sofia; Ver. Mauro, que preside esta Sessão;
companheiros de Bancada –, ter tido a sinceridade diante deste Parlamento
lotado, com centenas de moradores. Ele poderia ter sido franco e transparente
na Sessão passada de quarta-feira e ter dito que o Prefeito fez o congelamento
de todo o bairro Petrópolis. Sinceridade tem que ser uma qualidade intrínseca
do gestor público, o que faltou ao Sr. Vice-Prefeito, conforme trouxe aqui à
tribuna o Vereador do seu Partido, Idenir Cecchim. Faltou essa transparência
por parte do Sr. Vice-Prefeito Sebastião Melo, sempre tão atento nas suas
respostas, mas, por algum motivo, esqueceu de dizer aqui na tribuna para os
moradores do bairro Petrópolis o que a Prefeitura estava fazendo. Nesse caso, a
nossa solidariedade pela punhalada nas costas que os moradores, o senhor e
todos os Vereadores desta Casa sofreram juntos, por essa falta de transparência
do Sr. Sebastião Melo.
Mas
venho rapidamente trazer um dado. Nós estamos realizando, na Comissão de Defesa
do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana, inúmeros seminários para
discutir e buscar respostas suprapartidárias sobre o problema da violência.
Falo, não como Presidente da CEDECONDH, mas como Vereador, de um dado, Verª
Mônica, que foi apresentado pela promotora Danielle Bolsan, da Promotoria de
Justiça da Infância e Juventude, sobre o qual fiquei refletindo no fim de
semana, sobre o qual merece a nossa atenção e merece ser discutido por nós.
Trouxe a promotora que, no ano passado, a cidade de Porto Alegre teve
aproximadamente seis mil FICAIs. O que é a FICAI? A Ficha de Comunicação do
Aluno Infrequente. Toda vez, desde 1997, numa parceria inédita que, naquela
época, a Prefeitura firmou com o Ministério Público, na gestão nossa, toda vez
que um aluno faltava 5 vezes na escola, a professora, obrigatoriamente, tinha
que preencher uma FICAI – essa Ficha de Infrequência. Essa Ficha ia diretamente
ao Ministério Público, que fazia o acompanhamento. É obrigação do Município
responder o que fez a partir dessa FICAI. E qual foi o dado que a promotora nos
trouxe? E eu queria pedir a atenção dos colegas, porque nós falamos muito da
criança, do adolescente, da educação, mas queria chamar a atenção para a
prática, de como estamos cuidando das crianças. De seis mil FICAIs no ano
passado, a Prefeitura não respondeu a mais do que 700; a Prefeitura não se deu
ao trabalho de procurar o porquê de mais de 5.200 crianças saíram da escola no
ano passado. Apenas no ano passado, na nossa Cidade, cinco mil crianças
deixaram de ir à escola, e a Prefeitura nada fez!
Eu
quero vir aqui e pedir explicações aos gestores do Município. Sei que estes são
temas sobre os quais todos nós falamos muito – educação, criança, dinheiro,
escolas –, mas e a prática? Por que a Prefeitura não está cuidando das crianças
de Porto Alegre? Por que a Prefeitura está deixando as nossas crianças saírem
das escolas, sem ir atrás delas, sem ir buscar as nossas crianças. Então, este
é um assunto que nós voltaremos, muitas e muitas vezes, a debater aqui. E nos
disse mais a Promotora, que este ano está pior; e eu tenho ido aos Conselhos
Tutelares e vejo o sucateamento desses conselhos, alguns tendo que trabalhar na
rua por não terem sede. Então, nós vamos começar a discutir, efetivamente, por
que a Prefeitura de Porto Alegre está abandonando, perdendo as nossas crianças,
sem nada fazer. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Obrigado, Ver. Kopittke.
(O
Ver. Guilherme Socias Villela assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias
Villela): O Ver. Mauro
Pinheiro está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Ver.ª
Sofia Cavedon.
O SR. MAURO PINHEIRO: Agradeço a Ver.ª Sofia Cavedon por me
ceder seu tempo. Em primeiro lugar, quero dizer ao Ver. Cecchim que, assim como
o Ver. Kopittke, me solidarizo com V. Exa. pela forma traiçoeira com que foi
levada essa relação de Petrópolis pelo Governo. Esta é a forma de gestão deste
Município, uma forma traiçoeira em que vieram até aqui, o Vice-Prefeito esteve
nesta Casa e falou para agradar ao público, mas, na verdade, estava tornando a
situação pior ainda à comunidade. Então, essa é a forma de gestão deste
Município. E, como oposição, a grande dificuldade que nós temos nesta Casa é
escolher qual dos fatos que vamos relatar, porque todos os dias acontecem fatos
deploráveis na nossa Cidade.
Hoje
eu quero dar os parabéns a Agapan, quero aproveitar este tempo para dizer o
quanto me solidarizo com ela por essa audiência pública que foi cancelada.
Agora, a Câmara Municipal será obrigada a fazer uma nova audiência mediante a
atuação da Justiça, Ver. Dr. Thiago, que determinou que a Câmara cumpra o seu
papel. É uma vergonha o que aconteceu nesta Casa! Eu mesmo já tinha feito um
pedido de audiência pública na reunião de Mesa e Lideranças, que, em um
primeiro momento, foi aprovada pela Mesa Diretora desta Casa, da qual faço
parte, inclusive consultando o Líder do Governo, o Ver. Airto Ferronato, que,
num primeiro momento, deu acordo que fosse feita uma audiência pública a
respeito das Estações Radiobase. E, num segundo momento, aparece o Vice-Líder
do Governo, numa outra reunião de Mesa e Lideranças, Ver. Cecchim, pedindo para
que se votasse o projeto das ERBs. Quando eu disse: Mas como vamos votar um
projeto em que já foi aprovado um pedido de Audiência Pública? “Não, não, não,
mas eu, como Vice-Líder do Governo, já pedi o art. 81 do Regimento em
fevereiro, e vamos votar o projeto.” E, assim, ficou uma discussão, o Ver.
Clàudio Janta acabou retirando o quórum, e não decidimos se teríamos ou não a
audiência pública. O Ver. Janta nos ajudou, retirou o quórum porque seria
derrotado naquele momento. Nesse momento, a Agapan, que é uma entidade
preocupada com o meio ambiente desta Cidade, entra com um pedido de audiência
pública. E eu estava lá na reunião de Líderes, mas, infelizmente, como
Vice-Líder, acabei me retirando porque eu não tinha o direito de me pronunciar
e falar porque a reunião era de Líderes, como proferido pelo Presidente desta
Casa, e eu não tinha o direito de votar porque eram os líderes que decidiriam.
Infelizmente, os Vereadores presentes na reunião de Líderes decidiram que não
teria audiência pública. Na oportunidade, eu ainda falei que não estávamos
cumprindo a Lei Orgânica do Município, art. 103, § 1º, que diz ser obrigação do
Legislativo ou do Executivo, quando solicitado por uma entidade do Município,
realizar a audiência pública, projeto de lei a ser votado nesta Casa. E os
Vereadores não o fizeram, não cumpriram a Constituição do Município. E isso é
grave! Eu subi nesta tribuna, cobrei e falei, e escutei alguns Vereadores, como
o Ver. Valter, dizendo: “Nós temos a maioria e a minoria não vai fazer o que
quer nesta Casa. A maioria faz o que quer. Nós vamos votar!” Mas a maioria não
está acima da lei, Ver. Bernardino, porque existe uma lei. E, infelizmente, a
Casa agora passa por um processo de ter que voltar atrás, porque a Justiça teve
que intervir nesta Casa para que seja cumprida a lei que nós criamos. Nós
criamos as leis! Nós temos que ser os primeiros a dar o exemplo, Ver.
Ferronato! Temos que cumprir a lei, Ver. Jussara Cony! Mas nesta Casa se acha
que se pode fazer tudo, porque a maioria faz o que quer, decide, e nós vamos
votar porque temos maioria. Agora, vamos ter que cumprir a lei, Ver. Dr.
Thiago, independente do mérito desse projeto. Há Vereadores que nem sabem o que
são ERBs. Esse projeto chegou na Casa em dezembro de 2013, foi pedido o art. 81
em fevereiro de 2014, ele não passou nem na Comissão de Saúde, Ver. Airto
Ferronato! É um absurdo! Um projeto de lei que pode ferir, que tem problemas
graves, que não passa nem no debate dos Vereadores. Os Vereadores são impedidos
de fazer emendas, somente os líderes poderão fazer emendas, não podemos
discutir nem na Comissão de Saúde. A vontade atropelada, açodada de votar é por
quê? Ver.ª Lourdes Sprenger, por que tanta pressa em votar um projeto tão
importante para a Cidade? Vamos, sim, discutir nesta Casa. Espero que o Governo
tome atitudes agora e dê ordens, porque, infelizmente, este Parlamento não tem
mais autonomia. Estamos aqui somente carimbando, porque a maioria é do Governo
e faz o que ele quer. Felizmente nós temos leis e temos que cumpri-las. Ainda
bem que o Desembargador mandou voltar atrás. Espero que esta Casa, agora,
cumpra o que está na Lei Orgânica.
(Não
revisado pelo orador.)
(O
Ver. Mauro Pinheiro reassume a presidência.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Airto Ferronato está com a
palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, eu estava atentamente acompanhando o discurso do meu amigo Ver.
Mauro Pinheiro, agora presidindo a Sessão. Depois de dizer que a Casa faz, V.
Exa. está se incluindo nesse processo. Eu estou na Câmara desde 1989, quando o
PT assumiu o Governo pela primeira vez e tinha maioria absoluta. Eu era da
oposição e, na maioria das vezes, votava com o Governo em algumas medidas muito
amargas porque compreendida a importância do Governo da cidade de Porto Alegre.
Só que o que eu fazia lá em 1989, o Ver. Mauro não quer fazer agora. Tudo o que
acontece na Câmara a culpa é de todos, menos do Ver. Mauro. Ora, V. Exa. sabe
que, quando o senhor pediu audiência pública, faz quase três meses, dois meses
no mínimo, lá naquele momento, eu disse, e, aliás, foi dito diversas vezes aqui
por V. Exa. que eu tinha aceitado pela situação a audiência pública. Nós não
somos contra a audiência pública! Eu vou repetir, fui o primeiro Vereador deste
País que se manifestou favorável ao OP, e o PT sabe disso. Até dá rima, isso pode
dar um versinho daqui a pouco. Mas é verdade! O PT sabe disso! A participação
popular é valorosa para mim. Agora, uma audiência pública que foi pedida há
dois meses e que até hoje eu não vi o papel do Requerimento?! Não saiu a
audiência pública porque não tinha Requerimento pedindo audiência pública, ou,
se tinha, retiraram. Eu nunca vi! Como houve um pedido de audiência pública, e
o Ver Mauro não deu encaminhamento, no dia em que fomos pedir para votar, quase
40 dias depois do pedido da urgência, o Ver. Mauro voltou com o Requerimento, é
verdade, naquele dia, assinado naquele dia pela Agapan, que eu respeito. O que
nós compreendemos com o voto, inclusive, do PT? Que, para evitar mais 30 dias,
se faria uma reunião pública. Não fomos nós quem propusemos a reunião pública.
Não fomos nós. Portanto esta história de dizer que uns salvam a pátria, às
vezes equivocadamente, e que o problema sempre é dos outros é uma questão de
uma oposição (O Ver. Alberto Kopittke, em Questão de Ordem, solicitou a
retirada de expressão do pronunciamento do Ver. Airto Ferronato, tendo sido
deferida pelo Presidente.) atrasada, arcaica, que só sabe dizer não!
Quantas
vezes eu pedi reunião para fazer uma emenda alternativa no processo da
ciclovia? O PT não foi! O PT não participou! Nós marcamos, e não foram!
Aí
dá o radicalismo em que estamos hoje: uns sim e uns não.
A
minha parte eu fiz. Nós, da situação, fizemos, e a oposição também ajudou.
Agora, se não saiu uma proposta alternativa, já que o Ver. Mauro fala tanto da
culpa dos outros, a culpa é do PT, que não foi à reunião. Apresentou um projeto
duríssimo e acha que é a salvação da Pátria.
A
culpa é de vocês, meu caro Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Eu gostaria de pedir ao digno Líder do
Governo que pudesse retirar quando se referiu à nossa Bancada como burros. Não
sei se isso se deve à tensão que o senhor vem passando pelas dificuldades que o
seu Governo coloca, mas eu acho que este não é o nível com o qual temos
dialogado aqui nesta Casa.
O SR. AIRTO FERRONATO: Vou retirar. Aceito o pedido e vou
retirar, fraternalmente. Agora, quero dizer que o estresse é da oposição, que
está sempre a atrapalhar.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Obrigado, Ver. Ferronato. O Ver. Clàudio
Janta está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, tinha um personagem, cujo nome não lembro agora, que dizia: “Tira o
tubo! Por favor, me tira o tubo, não entendo mais nada”. Não entendo mais nada,
mesmo!
A
indignação do Ver. Idenir Cecchim, nesta Casa, tem um fundamento que trago
desde que assumi aqui e que me levou a sair da base do Governo, que me levou a
criar um partido político, que me levou a ser aquilo que um jornalista me
apelidou: um insurreto, porque tudo o que eu li, estudei e vi sobre esta
Casa... esta Casa é autônoma. Tudo o que eu li, vi, estudei e sabia... esta
Casa tem autonomia e autoridade. Uma coisa que aprendi aqui dentro é que tudo o
que se negocia lá dentro não vale aqui porque o plenário é um ser pulsante e
soberano. Mas esta indignação do Ver. Cecchim tem fundamento. Nós tínhamos um
projeto que a sociedade contestava e agora temos um projeto que engessa um
bairro inteiro. O Governo já veio aqui com o Ver. Delegado Cleiton que entrou com
um projeto e depois o Governo entrou com outro, o Governo que o Ver. Marcelo
Sgarbossa entrou com um projeto e depois o Governo entrou com outro; vários
Vereadores entraram com projetos, e em vez de o Governo chamar esses
Vereadores, sentar com eles, não; entrou com projeto e aí joga aqui para dentro
desta Casa, joga para o desgaste desta Casa. Este Governo que não apareceu um
dia para prestar solidariedade à direção desta Casa, aos Vereadores desta Casa
quando esta Casa foi invadida. Joga tudo para dentro desta Casa, deste
caldeirão, desta panela de pressão. O Líder do Governo disse que procurou os
Vereadores do PT. Os Vereadores do PT não decidem a ciclovia, quem decide é
este povo que está aí nas galerias; tinham que ter procurado por eles, não pelo
PT. Da mesma forma quando foi a questão do movimento sindical, não tem que
procurar o Ver. Janta; eu sou uma referência dos trabalhadores da Força
Sindical, mas tem que procurar o presidente em exercício da Força Sindical. Eu
aqui vou legislar pelo interesse do coletivo. Tem que procurar as pessoas que
hoje já procuraram e disseram, pediram para os Vereadores votarem no projeto do
Governo, desde que estejam juntas as Emendas 5, 17 e 11. É isso? É isso. Aí
teve que ter um desgaste desta Casa desde o ano passado, quando o Governo
queria que votássemos em dezembro, apressadamente, a ciclovia, Ver. Marcelo
Sgarbossa, o que me levou a renunciar ao cargo na Mesa Diretora desta Casa,
porque era uma ingerência do Governo nesta Casa. Acho que os Vereadores estão
vindo a esta tribuna para desabafar. Esta Casa tem autonomia, esta Casa foi
eleita pelo voto do povo, e cada um dos 36 Vereadores representa uma parcela da
sociedade, e eu acho que o que negociarmos aqui dentro, temos que cumprir. É um
direito desta Casa pedir audiência pública. Se tivessem acatado este direito de
fazer audiência pública, já estaríamos votando a questão das antenas de
telecomunicação. Foi feita uma CPI nesta Casa, a CPI baseou este projeto,
baseou os Vereadores a entrarem com Emendas. Mas é um direito do Vereador!
Então vamos tirar do Regimento desta Casa o pedido de audiência pública, vamos
refazer o Regimento desta Casa. Agora, se lá no Regimento prevê que uma
entidade pode pedir audiência pública, cabe a esta Casa respeitar o que está no
Regimento. Se nós tivéssemos feito já audiência pública, teríamos resolvido,
mas a gente fica fazendo uma politicagem e leva para cá, leva para lá, e usa
isso, usa aquilo e não fazemos as coisas. Quem perde com isso não é o Vereador
que apresentou o projeto, não é o Vereador que defendeu audiência pública, não
é o Vereador que defendeu o setor A ou B, quem perde com isso é a população de
Porto Alegre. No caso da telefonia, quem está perdendo são as pessoas do
Extremo-Sul que não conseguem usar o telefone celular, são as pessoas que não
conseguem usar o celular no centro de Porto Alegre. Quem está perdendo com isso
é a população, e nós estamos aqui para trabalhar para a população, nós estamos
aqui para trabalhar para o povo de Porto Alegre, independente de Governo, seja
qual for o Governo. Nós temos os líderes do Governo, nós temos os líderes da
oposição, e nós temos que sentar e melhorar a relação desta Casa com o Governo,
porque o Governo não respeita esta Casa, o Governo não respeita os 36 membros
desta Casa eleitos pelo voto popular. Com força e fé vamos melhorar a vida das
pessoas da nossa Cidade. Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, quero, para início da minha intervenção, ler o que diz a Seção IV,
do Direito de Informação, no art. 103 da Lei Orgânica do Município. Diz o
dispositivo já mencionado (Lê.): “As entidades de âmbito municipal, ou se não o
forem, com mais de três mil associados, poderão requerer a realização de
audiência pública para esclarecimentos sobre projetos, obras e outras matérias
relativas à administração e ao Legislativo municipais.”
Vou
ler novamente (Lê.): “As entidades de âmbito municipal, ou se não o forem, com
mais de três mil associados, poderão requerer...”.
Diz
o ilustre Ver. Airto Ferronato que não conhece requerimento de nenhuma entidade
que corresponda a essa solicitação. Eu estou falando por quê? Porque
participei, durante o ano passado, junto com inúmeros Vereadores desta Casa,
entre os quais visualizo a Ver.ª Lourdes Sprenger, muito próxima de mim, de uma
Comissão Parlamentar de Inquérito que, por longo tempo, foi presidida pelo Ver.
Clàudio Janta, esmiuçou, buscou detalhes a respeito do problema da telefonia na
cidade de Porto Alegre, especialmente a telefonia celular. E hoje mesmo eu vejo
voltar à tribuna o Ver. Janta e dizer que o fez e o fará novamente se necessário,
porque nós estamos preocupados – ele, eu e todos aqueles que estão com reto
propósito – não com isso ou com aquilo, com o Governo ou com a oposição, mas
com o serviço, com a qualidade do atendimento e com a população usuária desse
sistema, que é quem determina que nós estejamos aqui nesta Casa. Nós não somos
representantes de uma Casa, do nada; nós somos representantes de vontades
populares que aqui nos colocaram e que têm posições, que manifestam para nós
esses interesses. Não foi, Sr. Presidente – e V. Exa. é minha melhor testemunha
–, com outro objetivo que, esse ano, depois de a proposta governamental
estar aqui por mais de cem dias, e após nós termos participado intensamente da
CPI durante 120, 150 dias, nós requeremos, objetivamente, a predicação do art.
81 da lei municipal, que determina que a matéria entre em votação. Pois foi só
neste momento que se começou a falar em nova Audiência Pública, além das
inúmeras que aqui ocorreram. Parece que nós estamos discutindo terminologia:
“Ah, não foi audiência pública, foi uma reunião pública, uma reunião popular”.O
que importa é que a Casa estava aqui de portas abertas, com microfone à
disposição, com as cadeiras à disposição, com os nossos ouvidos à disposição
para ouvir o assunto. E os que não vieram hoje não podem de nós reclamar!
Então, Sr. Presidente, eu quero, com clareza,
dizer o seguinte: não são as circunstâncias – eu sou apelidado de ser o
Vice-Líder do Governo – que me levam a fazer isso. Porque hoje eu bati palmas
para o Ver. Idenir Cecchim, quando falou, com razão, a respeito de um tema
semelhante a esse. Mas, com relação a esse assunto, eu não vejo por que – e nós
esteamos aqui em bom número – festejar a vitória da judicialização, quando isso
representa uma diminuição a mais da nossa ação legislativa, a qual nós devemos
preservar. Eu não vou citar nome de ninguém, cada um tem a responsabilidade do
que faz, mas eu, dentro da minha responsabilidade, quero dizer que agi até
agora da forma que agi, coerentemente: queria e quero votar, de uma vez por
todas, essa matéria, colher a opinião dos representantes legítimos da Cidade,
decidir sobre o assunto, e, com isso, estaremos atendendo os clamores
populares. Chega de embromação, nós queremos é votação!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Dr. Thiago está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. DR.
THIAGO: Sr.
Presidente, Ver. Mauro Pinheiro, e Vice-Presidente da Comissão de Saúde e Meio
Ambiente, eu quero voltar ao § 1º do art.
195, do Regimento: nós temos
que revogá-lo em nome da independência desta Casa. O §1º do art. 195 diz o
seguinte, Ver. Marcelo Sgarbossa, (Lê.): “Quando projeto de autoria do Poder
Executivo tratar da mesma matéria de proposição de autoria de Vereador,
Comissão ou Mesa, não haverá declaração de prejudicialidade...”. Então, nós
temos que revogar isso, Ver. Bernardino. Isso é básico, isso é a independência
da Casa. Não pode um Vereador, seja a Ver.ª Lourdes, o Ver. Marcelo, o Ver.
Márcio, ou outros Vereadores ingressaram com projetos e aí vir um projeto do
Executivo, mudar basilarmente o projeto do Vereador, e não ter
prejudicialidades. Isso não pode acontecer. Isso é, no mínimo, Ver. Cecchim,
roubo de projeto intelectual.
Com
relação às ERBs, eu queria dizer que nós fizemos, desde 2011, diversas reuniões
na Comissão de Saúde e Meio Ambiente, nesta Casa, sobre as ERBs. Tem uma
questão que ninguém nunca responde: por que existem mais de 600 solicitações de
licença ambiental, de ERBs, e elas não vão à frente? Esse é o grande nó do
problema. O problema não é diminuir distância, não é aumentar voltagem, não é
expor as pessoas a mais radiação; o problema é executar aquilo que já deveria
ter sido feito. Então, é nessa licença ambiental única, que é a concordância da
sociedade civil, que é a concordância desta Casa, que foi objeto de projetos
por parte do Ver. Ferronato, do Ver. Beto Moesch, e do Ver. João Bosco Vaz, que
nós temos que avançar. Eu acho, Ver. Mauro Pinheiro, que, na dúvida, nós temos
sempre que ler o livrinho, cumprir o que está escrito no livrinho. O Regimento
da Casa é a nossa mola-mestra, e, nas vezes que nós temos dúvida, nós temos que
seguir o livrinho. Eu fiz assim no ano passado, acho que tive um bom trânsito,
acho que consegui, nos momentos de crise, mesmo com todas as dificuldades, como
bem relatou aqui o Ver. Janta, mesmo com as incompreensões, inclusive do Poder
Executivo, acho que conseguimos chegar a bom termo. Então, nós temos que
preservar a nossa Lei Orgânica e o nosso Regimento.
Eu
queria aproveitar este minuto e meio final para convidar os colegas para a
reunião de amanhã da Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Recebi uma ligação
agora do Hospital Parque Belém, que está apresentando inúmeras dificuldades,
que está passando por um período muito complicado. E informo que já teremos a
presença do Hospital Porto Alegre. São dois hospitais, no Município de Porto
Alegre, que estão em vias de fechar. Então, é importante a mobilização da
sociedade. É importante que sejam encontradas alternativas para isso.
Certamente teremos que fazer este grande esforço e esta grande pressão para que
esses hospitais realmente ampliem o seu atendimento e não sejam mortos à míngua
até fecharem. Eles têm alternativas, sim, eles têm possibilidade, sim, de
prestar um excelente atendimento para a população, principalmente para a
população de Porto Alegre, que mais precisa da saúde. Eles não podem, sem
dúvida alguma, morrer à míngua. Nós temos que ter alternativas tanto para o
Hospital Porto Alegre quanto para o Hospital Parque Belém. Então, convido o
conjunto dos Vereadores e a sociedade que nos ouve para a reunião de amanhã, na
sala 301, a partir das 9h30min. Esperamos a presença do Executivo.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro
Pinheiro): Em votação o
Requerimento de autoria do Ver. Clàudio Janta. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
O SR. PRESIDENTE (Mauro
Pinheiro – às 16h41min): Havendo quórum,
passamos à
ORDEM DO DIA
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Apregoo a Subemenda nº 01, de autoria do Ver.
Bernardino Vendruscolo, à Emenda nº 05 ao PLCE nº 010/13.
Apregoo Requerimento de autoria do Ver. Marcelo
Sgarbossa, solicitando que seja votada em destaque a Subemenda nº 01 à Emenda
nº 05 ao PLCE nº 010/13.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 2495/13 – PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 010/13,
que altera o art. 24 e revoga o § 2º do art. 32 da Lei Complementar nº 626, de
15 de julho de 2009 – que institui o Plano Diretor Cicloviário Integrado e dá
outras providências –, e inclui Anexo 6 na Lei Complementar nº 626, de 2009,
criando o Fundo Municipal de Apoio à Implantação do Sistema Cicloviário (FMASC)
e instituindo seu Conselho Gestor. Com
Emendas nos 02, 05 a 07, 10, 12 a 16 e 18, Subemenda nº 02 à Emenda
nº 02 e Subemenda nº 01 à Emenda nº 12.
Parecer:
-
da CCJ. Relator-Geral Ver. Reginaldo
Pujol: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação
do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82,
§ 1º, I, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia em 16-12-13
por força do art. 81 da LOM;
- Emendas nos 01, 03, 04, 08,
09, 11 e 17, Subemenda nº 01 à Emenda nº 02 e Subemenda nº 01 à Emenda nº 08
retiradas de tramitação;
- discussão adiada por duas Sessões em
02-04-14;
- discussão adiada por duas Sessões em
23-04-14;
- discutiram a matéria os Vereadores
Fernanda Melchionna, João Carlos Nedel e Sofia Cavedon, em 12-05-14;
- discutiram a matéria os Vereadores
Marcelo Sgarbossa, Valter Nagelstein, Cassio Trogildo, Engº Comassetto (cedeu
p/ Sofia Cavedon), Alceu Brasinha, Alberto Kopittke, Guilherme Socias Villela
(cedeu p/ João Carlos Nedel), Mario Fraga (cedeu p/ Fernanda Melchionna),
Idenir Cecchim (cedeu p/ Valter Nagelstein) e Delegado Cleiton, em 14-05-14.
O SR. PRESIDENTE
(Mauro Pinheiro): Em discussão o PLCE nº 010/13. (Pausa.) O Ver. Engº
Comassetto está com a palavra para discutir o PLCE nº 010/13, por cedência de
tempo do Ver. Mauro Pinheiro.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, senhoras e senhores. Quero,
primeiro, cumprimentar, aqui, as nossas galerias, pois têm alguns, aqui, já com
assiduidade nesta Casa, talvez, até mais do que alguns de nós, Vereadores.
Quero dizer que este tema do Cicloviário, para nós, da Bancada do PT, para os
Partidos da oposição e mais alguns Vereadores, dentre eles, o Ver. Janta, é um
tema que a Cidade já decidiu porque já foi votado o Projeto.
E,
há poucos minutos, veio a esta tribuna o Ver. Pujol dizendo que as questões não
deveriam ser judicializadas.
Ora,
bolas! Para não ser judicializada, a Lei Orgânica do Município tem que ser
cumprida; para não ser judicializada, o Regimento Interno tem que ser cumprido.
E quero dizer, aqui, que a CCJ desta Casa rasgou a Lei Orgânica do Município, a
CCJ desta Casa rasgou o Regimento Interno, porque um Projeto legitimamente
aprovado nesta Casa foi derrotado pela maioria, sem levar em consideração o que
está escrito no Regimento da Casa.
Votar
novamente este Projeto é, no mínimo, vir a esta tribuna para deixar registrado
nos Anais da Casa que democracia, Ver. Pujol, é reconhecer quando a minoria
vence na tribuna e vence no plenário. E foi o que aconteceu naquela 30ª Sessão
Legislativa, quando, aqui, nesta tribuna, a minoria, por um Projeto legítimo de
autoria do Ver. Sgarbossa, que entrou regimentalmente como o primeiro Projeto a
ser discutido, foi analisado e debatido por todos os Vereadores, e votado. E,
naquele momento, a votação do Projeto foi vitoriosa.
Não
existe amparo legal na Lei Orgânica do Município, não existe amparo legal no
Regimento Interno, não existe amparo legal na democracia constituída pelos
nossos ilustres Vereadores que já passaram por esta Casa, e que escreveram essa
legislação. Portanto, o que está sendo votado hoje, e nós já sabemos que a maioria
está aplicando aqui, à revelia da legalidade da Casa, a sua maioria. E é claro
que isso vai ser judicializado, é claro que os movimentos sociais que aqui
estão não vão aceitar que a democracia seja rasgada. Aqui é o Parlamento, é a
Casa do Povo, é onde o povo tem que ser ouvido! É legítimo que nós tenhamos,
aqui, divergências de conteúdo; é legítimo que qualquer um tenha divergência,
inclusive, dentro do seu Partido; é legítimo que as Bancadas discutam e tirem
posição; agora, o que não é legítimo é rasgar a Lei Orgânica, é rasgar o
Regimento. E o Regimento desta Casa é muito claro: uma votação que é feita por
contraste, com o Presidente determinando o resultado – como foi o caso daquela
reunião em que o Ver. Professor Garcia determinou o resultado –, só pode ser
revisada na mesma Sessão; e, naquela mesma Sessão, caiu o quórum, porque essa
mesma maioria que está aplicando e rasgando o Regimento tinha ido embora, não
estava aqui, no plenário. Isso tem que ser dito! E aí, Ver. Guilherme Socias
Villela, ex-Prefeito, nós temos que respeitar o Ver. João Antonio Dib, o
Marcão, o Dilamar Machado, aqueles que escreveram a Constituição desta Cidade,
a Constituição desta Casa.
Os
Vereadores da CCJ – que aplicaram e voltaram a esta votação –, estão rasgando a
Constituição da cidade de Porto Alegre. Não podemos aceitar! Se tiver que
judicializar, judicializem, movimentos sociais aqui presentes, porque isso não
pode continuar. Um grande abraço, muito obrigado!
(Não
revisado pelo orador.)
(O
Ver. Professor Garcia reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. CASSIO TROGILDO: Boa tarde, Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores,
público que nos acompanha nas galerias e público que nos assiste em casa. Eu
havia usado o meu tempo, na semana passada ainda, para debater o assunto, mas a
pedido da Ver.ª Any, que ainda tem algumas dúvidas em relação, principalmente,
à Emenda nº 02, eu venho novamente a esta tribuna, esclarecer do que ela trata.
O Plano Cicloviário, que iniciou em 2009, tinha como valores originais para
financiar as ciclovias as contrapartidas e, através de uma Emenda desta Casa, o
valor de 20% do valor das multas da EPTC. Esses valores não iam para Fundo
nenhum. O Executivo manda para cá um Projeto criando o Fundo Municipal
Cicloviário, que tem por finalidade agilizar a captação dos recursos
necessários para o incremento das Ciclovias na Cidade, principalmente, em
relação, Ver. Mario Manfro, às contrapartidas, às pequenas contrapartidas,
aquelas entre 200 e 600 metros. Hoje, acaba sendo executada na Cidade a grande
contrapartida. Quando tem um shopping, um grande supermercado, vinculado ao
número de vagas do estacionamento, esses dão um grande trecho de contrapartida
de Ciclovia. Mas o Executivo não consegue cobrar as contrapartidas dos
empreendedores, aquelas pequenas de 200 e 600 metros, Ver. Villela. Portanto, a
criação do Fundo Cicloviário vai permitir transformar em pecúnia, ou seja, que
os empreendedores possam pegar o valor equivalente às pequenas contrapartidas,
entre 200 e 600 metros, e depositar no Fundo Municipal Cicloviário. Parece-me
que isso faz parte do consenso que temos estabelecido, é necessário e vai
agilizar.
(Manifestações nas galerias.)
O SR. CASSIO TROGILDO: (Dirigindo-se às galerias.) Parece-me que é consenso, pelo menos a
sociedade quer que esses valores possam ser depositados no Fundo e possam se
converter em Ciclovias. Se não é consenso, uma ampla maioria das pessoas
entende que esse é o melhor caminho. O Executivo mandou para cá, realmente, o
projeto sem a composição dos 20% das multas. Eu questionei o Secretário
Cappellari em relação a isso, e ele me disse que isso aconteceu porque o
Município já investe, através de financiamentos e outras execuções, valores
equivalentes a esses, como é o caso das obras da COPA, que têm 12,5 milhões
aplicados em ciclovias e não podem ser compensados porque não fazem parte das
multas. Perguntei para o Secretário Cappellari se uma Emenda construída dizendo
que os 20% pudessem ser uma equivalência dos valores executados enquanto
programas educativos ou execução de obras cicloviárias. Ele me disse que teria
espaço com o Executivo para que isso fosse necessário, para fosse construído.
Então, construí a emenda, que diz isto, que a Prefeitura de Porto Alegre
aportará anualmente o equivalente a 20% do montante financeiro líquido,
arrecadado com multas na forma de execução de obras cicloviárias, programas
educativos ou aporte pecuniário. Gente, isso aqui não tem vinculação
orçamentária. Em nenhum momento está se falando que o Município destinará
orçamentariamente o equivalente a 20%; está dizendo que aportará. De que forma?
Através dos programas educativos ou através das obras. E, se não o fizer,
depositará no Fundo o valor de 20% – aí, sim, com recursos das multas da EPTC.
Então, a única vinculação que faz esta emenda, que foi construída com toda a
base do Governo, é com os recursos das multas.
Portanto,
com todo o respeito que tenho pela Mobicidade, conversei muito, dialoguei muito
com os companheiros da Mobicidade, mas o que diz aqui neste material não é
verdadeiro. Não está se fazendo vinculação orçamentária. E me estranha muito
que justamente as únicas emendas com que a Mobicidade concorda são três emendas
da oposição. Então, para mim está bem claro o que está se querendo: é que
apenas as emendas da oposição sejam aprovadas. Eu mantenho aqui o
encaminhamento para que se possa fazer a equivalência. Se o Governo não
executar obras nem programas, aí sim, que se deposite no Fundo cicloviário o
valor de 20% das multas do orçamento da EPTC. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Em votação a Emenda nº 02, destacada, ao
PLCE nº 010/13, com a ressalva de que, se aprovada, prejudica a Emenda nº 06.
O SR. MARCELO SGARBOSSA: Sr. Presidente, divirjo do entendimento,
respeitosamente, porque essa Emenda nº 06 da Bancada do Partido dos
Trabalhadores inclui na lista das entradas que compõem o Fundo, justamente os
20% oriundos das multas de trânsito já previstos no Plano Diretor Cicloviário.
Então, necessariamente, ela não prejudica. Se aprovada a Emenda do Ver. Cassio,
seja o montante financeiro equivalente às multas e mais as multas, e mais as
multas. Mas efetivamente, formalmente, elas não estão prejudicadas. Isso que eu
não consegui entender.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): A Diretoria Legislativa nos informa que o
bojo da Emenda nº 02 fala “o montante financeiro arrecadado”, e na Emenda nº 06
fala “o montante financeiro arrecadado”. É importante não ter dúvidas. (Pausa.)
Srs.
Vereadores, retomando. A Presidência, acolhendo a orientação da Diretoria
Legislativa, vê a prejudicialidade em função que, na Emenda nº 02 coloca “o
montante financeiro arrecadado com multas de trânsito pela EPTC ou aporte
pecuniário.” Na Emenda nº 06 só coloca aplicação, não vê a possibilidade do
aporte em pecúnia. Ver. Marcelo, eu sei que V. Exa. não concorda, mas eu
gostaria de ouvi-lo para podermos encaminhar a votação.
O SR. MARCELO SGARBOSSA: Perfeito. Sr. Presidente, já discordando
de sua posição e, de fato, recorrendo dela. Por quê? Eu já deixo um início de
fundamento aqui. A emenda do Ver. Cassio está criando uma espécie de um
indexador, criando uma vinculação. Ali está o verbo aportar – o Município
aportará.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Não, não. Ali diz o aporte.
O SR. MARCELO SGARBOSSA: O aporte pecuniário, ou o que colocar nos
recursos. O Ver. Cassio já me explicou isso. A ideia dele – a emenda é de
difícil compreensão, não é de simples compreensão – é que se aplicará o
equivalente aos 20% das multas ou o aporte pecuniário. Então, se o Município
aplicar de outras fontes, abate do equivalente aos 20% das multas. E a nossa
Emenda nº 06, de autoria da Bancada do Partido dos Trabalhadores, inclui no rol
das entradas do Fundo, efetivamente, os 20% das multas de trânsito. Então não
há prejuízo efetivamente, mas fica aqui o nosso recurso.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Feito o registro. Vou repetir. A Emenda
nº 02, se aprovada, prejudica a Emenda nº 06. Se ela for rejeitada, prejudica a
sua Subemenda nº 02 e os dispositivos do item 3 da Emenda nº 18.
O SR. AIRTO FERRONATO: Dá para repetir, por favor? O senhor falou na Subemenda.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Vou repetir: a Emenda nº 02, se aprovada, prejudica a Emenda nº 06; se ela for
rejeitada, prejudica a sua Subemenda nº 02 e os dispositivos do item 3 da
Emenda nº 18. Está esclarecido? (Pausa.)
O
Ver. Marcelo Sgarbossa está com a palavra para encaminhar a Emenda nº 02,
destacada, ao PLCE nº 010/13.
O SR. MARCELO SGARBOSSA: Boa tarde a todos. Na Sessão passada,
quando discutimos o projeto, eu trouxe aqui e coloquei no painel justamente
esse documento em que a Procuradoria do Município – é textual – dizia que a
emenda... Hoje, estamos recebendo a visita do Ver. Beto Moesch, que é um dos
autores desta vinculação saudável dos 20% das multas de trânsito para as
campanhas educativas e construção de ciclovias – isso lá em 2009, aprovado
pela maioria dos Vereadores, muitos dos quais presentes até esta Legislatura.
Pois
bem, quanto à emenda do Ver. Cassio, ele tenta nos explicar que não há uma
vinculação, mas eu quero ler junto com vocês a emenda, que diz assim: “A
Prefeitura de Porto Alegre aportará...”. Se isso não é uma vinculação, Ver.
Janta, eu não sei o que é. Obriga o Município de Porto Alegre a “aportar
anualmente o equivalente”... Aí vai a redação.
Bom,
o Município, durante a ação judicial que tramitou, alegou justamente isto: é
inconstitucional que um Vereador, com uma emenda parlamentar, vincule
Orçamentos para uma determinada finalidade.
Se
nós aprovarmos a emenda do Ver. Cassio, a partir de agora, amanhã ou hoje à
tarde ainda, protocolaremos emendas a outras leis dizendo que o Município
aportará tal coisa para tal finalidade.
Vejam
que a vinculação só existe para saúde e educação, e é uma vinculação
constitucional, na Constituição Federal e Estadual. Outras vinculações não
existem.
Podemos
aprovar. Estou aqui fazendo cálculos da quantidade de Vereadores que estão
sendo convencidos pelo Ver. Cassio, e, talvez, para o nosso espanto, seja
aprovada esta emenda, que será fruto de uma Ação Direta de
Inconstitucionalidade. Veja, o próprio Município, Ver. Cecchim – está aqui, eu
posso passar em mãos, fiz isso na semana passada –, alegou que é
inconstitucional.
Eu
pergunto se algum Vereador em algum momento fez um projeto de lei que vincula
Orçamentos. Pois bem, a emenda do Ver. Cassio diz, vou ler de novo: “A
Prefeitura de Porto Alegre aportará anualmente o equivalente a 20% do montante
financeiro arrecadado com multas...”, quer dizer, criou um indexador. Do que
arrecadar em multas, 20% o Município fica obrigado a aportar do seu Orçamento.
Então,
eu conversei com o Ver. Cassio. Acho que não é mais um problema de falta de
diálogo. O que há aqui é uma flagrante inconstitucionalidade que, se aprovada,
será, depois, questionada judicialmente, com o apoio da Procuradoria do
Município. É basicamente isso, Ver.ª Lourdes. O resto das discussões é mais
exercício de retórica. E mais, a Emenda vai mais além, porque ela diz que
(Lê.): “...o Município aportará o equivalente ao que se arrecada em multas de
trânsito na forma de execução de obras cicloviárias, programas educativos ou
aporte pecuniário.” Então, esse aporte pecuniário que venha de outras fontes
abate do equivalente aos 20% das multas. Então, é uma redução. Nitidamente é
uma redução dos recursos. Então, redução e uma garantia inconstitucional, que
não é possível dar. Então, por que não manter a vinculação com as multas? Eu
costumo dizer que se nós já tivéssemos, dos 400 quilômetros previstos no Plano
Diretor Cicloviário, feito 300 quilômetros, poderíamos discutir a retirada de
recursos; se nós tivéssemos já inúmeras campanhas educativas circulando na
Cidade, as pessoas já sabendo das suas obrigações no trânsito, tanto ciclistas
quanto motoristas, talvez pudéssemos dispensar. Mas não é o caso, pois nós
estamos longe disso ainda. Na semana passada houve mais uma morte na Av.
Sertório. Então, eu, com pesar, espero que os Vereadores da situação se deem
conta disso. Terminemos por aqui, vamos criar o fundo, mas não vamos abrir mão
dessa garantia, que é justamente vir das multas de trânsito, que continuarão
existindo por mais um tempo. E até há uma lógica nisso, quando mais multas,
maior a necessidade de educação no trânsito. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Cassio Trogildo está com a palavra
para encaminhar a votação da Emenda nº 02, destacada, ao PLCE nº 010/13.
O SR. CASSIO TROGILDO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores; pessoas que nos assistem pela TVCâmara e público das galerias, eu
volto a esta tribuna para fazer o encaminhamento de votação da Emenda e da
Subemenda nº 02, e, com todo respeito que tenho pela luta do Ver. Marcelo
Sgarbossa, já referi anteriormente aqui, com relação ao Plano Cicloviário, essa
luta começou lá em 2008. O projeto foi aprovado aqui, Ver. Marcelo Sgarbossa,
em 2009. Então, inclusive nós saudamos que a Bancada do Partido dos
Trabalhadores agora tenha um cicloativista que possa se somar a esse trabalho
no sentido de qualificarmos a cidade de Porto Alegre, Ver. Paulinho Motorista,
tendo a constituição de mais ciclovias, porque, durante os 16 anos do Governo
do Partido dos Trabalhadores, existia a ciclofaixa em Ipanema e o Caminho dos
Parques nos finais de semana. Mas é saudável, e realmente eu reconheço, Ver.
Marcelo, a sua luta, o seu trabalho e o seu protagonismo, inclusive. Mas, em
relação a este projeto, o protagonismo é do Governo Fogaça, Fortunati que,
desde 2009, Ver. Mario Fraga, encaminhou para cá o Plano Cicloviário. E nós
precisamos aqui é encaminhar e votar, porque precisa, sim, de que se façam
projetos nesta Cidade para ampliar o número de ciclovias, e aí, sim, o Fundo
Cicloviário vai garantir recursos para isso. Chama-me atenção quando o Ver.
Marcelo vem à tribuna e lê o conteúdo da minha emenda, mas não a lê por
completo, como se ela fosse um pedaço só, Ver. Cecchim. E aí, talvez, isso me
gere um pouco de constrangimento, porque a minha emenda e a subemenda são um
corpo, Ver. Kevin, e a complementação dela é muito importante. Eu vou ter que
repeti-la aqui. (Lê.): “Fica incluído inc. VII e parágrafo único ao art. 5º do
PLCE nº 10/13, conforme segue: [Esse inciso é o que diz quais são as fontes do
Fundo Municipal Cicloviário, e eu estou incluindo, através dessa emenda, com
apoio de toda a base do Governo, que discutiu com a EPTC, que passe a ser fonte
também]; VII, A Prefeitura de Porto Alegre aportará, anualmente, o equivalente
a 20% do montante financeiro líquido, arrecadado com multas de trânsito pela
EPTC [E o Ver. Marcelo sempre leu até aqui, mas a emenda continua], na forma de
execução de obras cicloviárias, programas educativos ou aporte cicloviário”.
Onde é que está a vinculação orçamentária? Ver. Ferronato, que é professor de
orçamento, onde é que está a vinculação orçamentária? E conversando, inclusive,
com cicloativistas, levando em consideração a preocupação que tinham de já haver
uma decisão judicial garantindo que os 20% não sejam recursos orçamentários,
nós fizemos a subemenda, convencemos a EPTC de que era importante para que se
tentasse, talvez, não o consenso, mas para que se tentasse construir com a
maioria. Construi-se uma subemenda à Emenda nº 02, que diz no parágrafo único
(Lê.): “Não havendo a execução de obras ou programas educativos, ou esses não
forem suficientes, o aporte ao FMASC terá como fonte as multas da EPTC”. Aí,
sim, está-se estabelecendo uma fonte orçamentária: multas da EPTC! E já tem
decisão judicial que multas da EPTC não são recursos orçamentários, Ver.
Ferronato, eu o citava anteriormente aqui. Portanto, gente, eu acho que nós
estamos bem esclarecidos para poder encaminhar, votar e continuar trabalhando para
esta cidade, que ela possa, sim, ter muitas ciclovias, discutidas com a
comunidade e também não vamos abrir mão das audiências públicas para discutir
com a população a implantação de cada uma das ciclovias. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a
palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 02, destacada, ao PLCE nº
010/13.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, eu queria dizer duas coisas bem breves. Primeiro quero cumprimentar
a mobilização da Cidade aqui presente, ex-Vereador, Beto Moesch, autor da
emenda que ora está sendo rasgada pelo Executivo Municipal. Quero dizer que na
verdade estão misturando alhos com bugalhos. Primeiro, para enganar a
cidadania, tem-se o argumento de que a tal emenda é a mesma coisa que a Lei. Se
for a mesma coisa que a Lei, quem sabe a gente retira a emenda e mantém o
parágrafo 2º do artigo 32, aprovado nesta Casa em 2009. Então não é. Não é a
mesma coisa que a Lei. Não é a mesma coisa que a Lei por três razões: porque
não exclui as contrapartidas – e eu falava com o Pablo Weiss e com o André
sobre isso, da necessidade de a gente trazer esse debate para a tribuna.
Esclarecendo a Ver.ª Anny Ortiz que tinha feito a pergunta, não é a mesma coisa
porque hoje, quando tem uma obra em Porto Alegre, é necessário que a
contrapartida seja a construção de ciclovias. O projeto que foi aprovado nesta
Casa, depois, numa manobra sórdida, rejeitado, rasgando o Regimento da Casa,
rasgando o respeito com as pessoas que acompanharam a votação, rasgando
qualquer preceito previsto no nosso Regimento, previa que essas contrapartidas
poderiam ir para o Fundo, mas junto com os 20% das multas de trânsito do
Município e não solto, dizendo que iria aportar anualmente o equivalente a 20%,
não deixando claro se estão dentro as contrapartidas ou não, colocando o aporte
financeiro sem dizer para onde. Termina assim: “...na forma de execução de
obras cicloviárias, programas educativos ou aporte pecuniário” que, por um
problema de redação, imagino, mas qualquer tipo de aporte, evidentemente,
deveria ser o Fundo. Também incorre num erro – concluo por aqui – que é
justamente o contrário do que foi falado nesta tribuna. A Justiça decretou constitucional a emenda do
Ver. Beto Moesch porque não se tratava de Orçamento, porque se tratava de
multa, portanto não é o Orçamento da Cidade, são recursos extras que a Cidade
arrecada, e que, portanto, poderiam ser utilizados e destinados para o Plano
Cicloviário. Se fosse 20% do Orçamento, Gonçalo, possivelmente a Justiça teria
decretado a inconstitucionalidade! E é isso que, de uma maneira torta, se está
tentando aprovar com esta Emenda nº 02, porque não diz... Diz que é o
equivalente, e, se é o equivalente dos 20% das multas, o equivalente sai do
Orçamento. E, se sai do Orçamento, pode ser discutida a constitucionalidade. É
óbvio! Aliás, o Governo já discutiu, o Governo já foi até à Justiça para
declarar a lei inconstitucional, foi derrotado. E por quê? Porque não quer
gastar os 20%, porque não quer investir numa política que de fato respeite a
bicicleta como meio de transporte, porque não se solidariza com a situação que
é andar de bicicleta numa cidade com trânsito violento e agressivo, onde toda
semana a gente vê um acidente grave com algum ciclista, como aconteceu na
semana passada, na Zona Norte de nossa Cidade! Não respeita aqueles que lutaram
para ter Plano Diretor Cicloviário, que não foi presente do Fogaça e do
Fortunati, foi luta dos cicloativistas, dos pedestres, de todos os que
defendiam uma cidade mais humana. E é verdade, foi encaminhado para esta Casa
pelo Governo e teve o voto favorável da oposição, porque, se o projeto é bom
para a Cidade, nós votamos a favor, mas é o mesmo Governo que, no mesmo
momento, resolve rasgar a lei, que depois de não gastar os 20% em nenhum ano,
trata de mandar um projeto que mutila o Plano Diretor Cicloviário e cria
emendas de engodo para o movimento de nossa Cidade. Ninguém aqui é bobo, se é a
mesma coisa que está na lei, então que se retire a emenda e se vote o texto
original da emenda do Ver. Beto Moesch. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 02, destacada, ao PLCE nº 010/13, pela
oposição.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, achei importante seguir este
debate porque acho que esta Câmara tem que ter muita responsabilidade com esse
tema e com o movimento social que vem conquistando e tentando manter, a duras
penas, uma proteção ao ciclista e uma reordenação no trânsito desta Cidade.
Senhores, o texto do Ver. Cassio, em primeiro
lugar, é do próprio Governo, Ver. Airto Ferronato, e eu gostaria de ouvir uma
palavra do Governo aqui, porque o Cassio é base do Governo e propõe vinculação,
sim. Essa mesma vinculação ao Orçamento diz que o Orçamento terá que aportar
recursos, e num percentual tal que equivalha a 20% das multas; portanto é
vinculação. Então, se o Governo entrou na Justiça questionando essa vinculação,
por que hoje o Governo muda de ideia? Eu gostaria de saber se o Governo:
primeiro, não vai vetar; segundo, não vai argumentar a inconstitucionalidade
quando fizer o discurso de que não tem dinheiro no Orçamento. É claro que vai
fazer isso. E o texto da lei procura ser muito esperto, muito inteligente, mas
ele é nítido no que vai fazer, Ver. Cassio. É nítido, porque diz que o
Município vai executar obras – sabe-se lá como –, ou programas educativos –
sabe-se lá como –, vai tentar que seja parceria, que seja contrapartida,
doação, ou vai fazer aporte pecuniário. E o aporte pecuniário é Orçamento. E a
Prefeitura vai alegar, quando não conseguir as tais e possíveis parcerias, que
não tem dinheiro no Orçamento, que não pode aportar porque está comprometida
com saúde, com educação, com isso, com pessoal, etc. E isso é prerrogativa do
Executivo. E se for pressionado, o Executivo dirá que é ilegal fazer essa
vinculação. Essa é que é a verdade! Então, na real, está se jogando, quase que
exclusivamente, para parcerias, para contrapartidas a realização das ciclovias.
Esse é o texto que está colocado aqui. No mais, é gestão da Prefeitura, que nós
já conhecemos quais são as prioridades, porque demonstrou isso não cumprindo a
lei original, não cumprindo a emenda da vinculação das multas.
E aí, diz ele o seguinte: “se não houver a
execução de obras ou programas, e esses não forem suficientes, o aporte ao
Fundo terá como fonte as multas da EPTC”. Ora, se prevê as multas da EPTC,
significa que é possível, é viável apenas realizar via multas da EPTC, porque
no mais será na verdade uma discussão infinita do que é prioridade do
Orçamento.
O que a gente percebe, na verdade, é que a
Prefeitura não quer mais compromete recurso real. Com valores significativos e
de alteração a Prefeitura não se compromete. E aqui o Ver. Cassio Trogildo dá
uma volta, e no seu discurso é perceptível, porque quer retomar não o
protagonismo da Cidade, dos ciclistas, dos novos movimentos, das novas reivindicações
e a contundência da violência e das mortes nesta Cidade, mas quer transformar
numa bravata, num feito do seu Governo. O seu Governo na verdade, Ver. Cassio,
está decepando uma lei que, pela primeira vez, poderia ser uma lei virtuosa,
real, factível, porque ela tem fonte de recursos, recursos que são
legitimamente encaminhados para isso, porque são exatamente das multas de
trânsito, exatamente do não cumprimento da urbanidade no trânsito, do cuidado
no trânsito, do respeito ao ciclista, do respeito ao ser humano no trânsito e
às regras que protegem a vida.
Portanto, não vale tentar fazer só propaganda,
dar volta, ‘dourar a pílula’, e terminar com uma lei que, essa sim, seria a
grande e verdadeira propaganda deste Governo: realizar plenamente o Plano Diretor
Cicloviário com os recursos vinculados, garantidos e inquestionáveis
judicialmente. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR. VALTER
NAGELSTEIN:
Sr. Presidente, eu quero pedir desculpas e pedir licença, eu tenho uma
participação permanente na TV Pampa, eu tenho que ir agora para o programa.
Estou desde as 14h aguardando aqui a entrada da Ordem do Dia, sou um Vereador
diligente, estou sempre presente, gostaria de votar esse assunto, infelizmente
o compromisso está marcado e eu tenho que ir, mas vou buscar retornar o quanto
antes. Só quero manifestar que a minha posição é a mesma que sempre tive desde
o início: eu acredito que o Plano Diretor Cicloviário deva ser mantido da forma
que foi apresentado, que foi votado e que vigora até o dia de hoje. Portanto,
eu votaria contra qualquer alteração. Muito obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Feito o registro, Vereador. O Ver. Idenir
Cecchim está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 02,
destacada, ao PLCE nº 010/13.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr.
Presidente, Ver. Professor Garcia; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, eu não ia
falar mais sobre esse assunto, mas quis tentar fazer justiça. Eu comecei a
estudar a EPTC, comecei a olhar por que EPTC. Lá no meio da palavra, está o PT.
O PT fez a EPTC para ele, para o PT. O PT criou uma empresa pública para eles
administrarem. Eles nunca imaginaram que poderiam perder a eleição e ficar fora
do governo por tantos anos quanto eles ficaram. Fizeram arrecadação de multa
para manter uma empresa, mas esqueceram que poderiam perder a eleição e
perderam. E, agora, eu vejo que querem, no fundo, no fundo, inviabilizar a
Empresa de Transporte e Circulação da Prefeitura de Porto Alegre, tentando
tirar os recursos para um lado, tirar para outro, para fazer gastar do Tesouro
do Município. Eu acho que o Ver. Cassio Trogildo fez uma emenda e uma subemenda
discutidas, embasadas, estudadas com todos nós. Tivemos até uma aula do nosso
Líder do Governo, o Ferronato, que é professor de finanças públicas. Tivemos uma
aulinha do professor Ferronato sobre finanças públicas. Eu acho que, depois da
aula que V. Exa. nos deu, professor
Ferronato, – trato V. Exa. como professor, neste momento –, porque é isso mesmo
que eu queria ressaltar: professor de finanças públicas e orçamento, brilhante
membro da CEFOR – Comissão de Orçamento e Finanças do Município – há muitos
anos. Os Vereadores que discutiram com o autor da emenda, com o Ver. Cassio,
que teve a inteligência e a iniciativa de apresentar essa emenda como uma saída
para que o programa cicloviário de Porto Alegre tivesse solução de
continuidade. E eu acho que, realmente, é uma saída para que se continue
fazendo ciclovias. Eu acho que é isso que todo mundo quer. Eu só não entendo,
por que uma ciclovia feita com contrapartida é diferente do que aquela feita
com dinheiro de multa. Eu acho que nós temos é que diminuir as multas e não
pegar dinheiro de multa para fazer ciclovias. Nós temos que fazer ciclovias.
(Manifestações
nas galerias.)
O SR. IDENIR CECCHIM: Eu concordo com vocês em diminuir a
inflação, mas isso está difícil com o Governo Federal que aí está. Então, eu
acho que vamos fazer o seguinte: votar a Emenda do Ver. Cassio para que se
continue construindo ciclovias em Porto Alegre. Vamos continuar o Plano Cicloviário
que o Prefeito Fogaça apresentou para a Cidade. Nós vamos cumprir com isso. Com
a Emenda do Ver. Cassio, estamos garantindo aquilo que iniciamos com o Prefeito
Fogaça e vamos fazer muitos quilômetros de ciclovias, mais do que o PT imaginou
no início, para fins de semana Nós estamos fazendo ciclovias permanentes, para
todos os dias da semana, todos os dias do mês, todos os dias do ano. Não
estamos fazendo ciclovias de fim de semana. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Airto Ferronato está com a
palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 02, destacada, ao PLCE nº
010/13.
O SR. AIRTO FERRONATO: Meu caro Presidente, Sras. Vereadoras,
Srs. Vereadores, só uma pequena observação, hoje, temos recursos para
ciclovias. Um deles é a contrapartida de empreendimentos privados. Todos
sabemos disso. A segunda grande fonte de recursos para a ciclovia é o recurso
orçamentário da Prefeitura que vai obrigatoriamente para a construção de
ciclovias quando a Prefeitura executa obras viárias maiores. Ora, esses
recursos são orçamentários e vão para a construção de ciclovias. A questão não
é se o recurso orçamentário é valido ou não, é o nosso Plano Diretor
Cicloviário que diz – e ele é uma lei – que a Prefeitura, por lei,
obrigatoriamente, vai colocar recursos para a construção de ciclovias, recursos
públicos. Eu repito, recursos orçamentários. Com a Subemenda à Emenda, o Ver.
Cassio está dizendo que a Prefeitura, através da lei do Plano Diretor
Cicloviário, vai colocar recursos toda vez que ela executa obras, se a
Prefeitura colocar recursos, por lei, menores do que os 20% das multas, pela
Emenda do Ver. Cassio, a EPTC vai colocar recurso de multas para complementar o
valor dos 20%. Portanto, esse mínimo de 20% está garantido como recurso
público. E a Emenda nº 18, que nós construímos, diz ainda mais, Vereador
Cassio, diz o seguinte: que, se a EPTC não suportar os 20% por qualquer causa,
a Prefeitura garante. Portanto, nós temos um recurso orçamentário, obras
públicas de ciclovia. Nós temos um recurso da iniciativa privada e nós temos
recursos mínimos equivalentes a 20%, porque, se os recursos da Prefeitura forem
menos de 20%, essa diferença é suportada, paga e arcada pelos valores das
multas. Portanto, 20% está garantido. Nada de temor em relação à questão
orçamentária ou não orçamentária, até porque concordo com todos vocês, isso já
está definido, mas fica pelo projeto atual, mais a Subemenda nº 2 à Emenda nº
02 do Ver. Cassio, nós estamos com os 20% mínimos dos recursos de multas
aplicados em ciclovia. É isso. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra
para encaminhar a votação da Emenda nº 02, destacada, ao PLCE nº 010/13.
A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, algumas coisas que eu vou colocar aqui já foram colocadas por mim,
inclusive, em nome da nossa Bancada, eu e o Ver. João Derly, mas são boas de
recordar. Eu estou aqui com dois documentos: a minha Emenda 15, que é
contraponto da 18, e o documento do Movimento Mobicidade. É importante a gente
se pautar por aquilo que é construído, Ver. Sgarbossa, de forma coletiva. É a
primeira coisa que eu quero dizer. O Projeto que foi rejeitado nesta Casa, o
seu Projeto, é fruto exatamente desse processo coletivo que olha a
Cidade, no meu entendimento – e eu olho assim o Plano Cicloviário, já disse
isso aqui –, de uma forma mais ampla. São conceitos, por exemplo, de mobilidade
urbana, em que entra o Plano Cicloviário, que se junta aos conceitos de uma
luta, hoje, em todo o país – e Porto Alegre deu um bom exemplo com a
Conferência das Cidades –, que é o conceito de reforma urbana. E nesse conceito
de reforma urbana, além da mobilidade, nós temos habitação, saneamento, e algo que
é fundamental e que não houve ainda em Porto Alegre, que é o Conselho Municipal
das Cidades. Se tivesse sido implementado o Conselho Municipal das Cidades,
pela construção de um projeto como esse, dentro exatamente da participação
popular, estaríamos discutindo o projeto que melhor servisse para contribuir
com a mobilidade urbana e com o projeto cicloviário. Esse seria um loco de
discussão e aprovação.
Eu queria cumprimentar a presença do ex-Vereador
Beto Moesch aqui, que eu acho que é muito emblemática. Nós trabalhamos – eu era
Deputada e ele era assessor da uma das bancadas da Assembleia Legislativa – na
construção do Código Estadual de Meio Ambiente, e ele foi nesta Casa um dos
executores do plano vigente hoje que, no meu entender, com o projeto do Governo,
está retrocedendo. Aquele projeto construído anteriormente está retrocedendo.
E aí eu queria dizer que estou muito preocupada
com esse olhar que não observa e não pratica, na luta política, no embate
político, a autonomia e a independência dos poderes. Ou seja, o que é composto
nesta Casa, em construção com a sociedade, parece que o Executivo tem que fazer
um contraponto, e, infelizmente, um contraponto que mais retrocede e que não
avança.
E aí eu vou me valer exatamente das duas grandes
questões que estão colocadas. A primeira delas é a revogação do art. 32. Porque
a manutenção desse artigo – e o documento de vocês diz muito bem isso – é
imprescindível, pois é a única garantia legal de investimentos permanentes em
campanhas educativas de trânsito, de construção de ciclovias. Não existe outro
dispositivo que reserve fundos para a campanha de educação para o trânsito. E
por que reservar? Porque senão vai para a vala comum, vai para o fundo comum,
não tem destinação. E nós precisamos de destinação concreta para que a política
pública se materialize na vida das pessoas.
E
o segundo grande problema é a criação de um conselho gestor que não seja
paritário. Ninguém me convence que esse conselho é paritário. Eu sou
Conselheira Estadual das Cidades, já era anteriormente, já fui Conselheira
Nacional das Cidades, quando se criou o Ministério das Cidades, e toda a luta
da reforma urbana, e agora sou conselheira novamente, indicada por esta Casa, e
aqui não tem paridade.
Inclusive,
os que estão mobilizados, os movimentos, estão dispostos à aprovação do
projeto, mas é preciso garantir que esses dois pontos sejam corrigidos. Então,
tem que haver uma sensibilidade desta Casa.
E,
por fim, quero dizer que, com relação à Emenda nº 18, que está sendo
questionada, nós colocamos uma Subemenda, cujo número é 15, que é o
contraponto, e que ela diz o seguinte: a fim de obedecer à paridade entre
representantes da sociedade civil e Executivo Municipal na composição do Comitê
Gestor do Fundo, cada uma das entidades representativas da sociedade civil
poderá ser representada por mais de um integrante. E as entidades
representativas da sociedade civil deverão ter atuação comprovada e específica
na mobilidade urbana por bicicleta. Quero dizer que esse é o olhar mais amplo
para todos que pressupõe que um plano cicloviário está ligado a um projeto de
mobilidade urbana, a um projeto de reforma urbana, com efetivo controle social.
Finalizo
chamando a todos os meus pares, independente de partido, para dizer que não
podemos mais nos submeter a um olhar para este Legislativo como se nós não
pudéssemos legislar em consonância com os anseios da Cidade. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Em votação nominal, solicitada por esta
presidência, a Emenda nº 02, destacada, ao PLCE nº 010/13. (Pausa.) (Após
a apuração nominal.) APROVADA por 21 votos SIM e 09 votos NÃO.
Em
votação nominal, solicitada por esta presidência, a Subemenda nº 02, destacada,
à Emenda nº 02 ao PLCE nº 010/13. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA
por 21 votos SIM e 09 votos NÃO.
Em
votação a Emenda nº 05, destacada, ao PLCE nº 010/13. (Pausa.) O Ver. Marcelo
Sgarbossa está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 05,
destacada, ao PLCE nº 010/13.
O SR. MARCELO SGARBOSSA: Vencida a questão dos recursos, fica aqui
a questão da democracia desse Comitê Gestor do fundo. A nossa emenda, que
estava no nosso projeto, é justamente no sentido de torná-lo igualitário. O
projeto original do Executivo que veio para a Câmara fazia uma previsão de sete
integrantes do Governo, com a presidência sempre do Governo, e apenas dois
integrantes da sociedade civil. Nós estamos aqui fazendo uma proposta. Já que o
Governo entende que são necessários sete integrantes do Governo, que sejam sete
integrantes da sociedade civil também. E colocamos na emenda alguns
detalhamentos: o peso igual do voto de cada integrante, um mandato de dois
anos, podendo ser a presidência escolhida entre seus pares. Percebam, nada que
não seja democracia dentro do Conselho.
Só
há uma justificativa para a base do Governo não votar favoravelmente à nossa
emenda, concordando com a democracia do Conselho. Se concordam com a democracia
do Conselho, só restaria uma justificativa, que é a Emenda nº 18, que também
fez uma previsão da composição do Conselho, dizendo que – estou lendo a Emenda
nº 18: “VII – 3 (três) integrantes da entidade civil com atuação reconhecida na
promoção do uso da bicicleta [Vejam, deixa bem aberto]; VIII – 2 (dois)
integrantes indicados pelo Orçamento Participativo; IX – 1 (um) integrante de
entidade da sociedade civil representativa do comércio” – não saberíamos bem
quem seria, alguém do comércio –, e alguém representando os moradores de Porto
Alegre, aí não se sabe se a UAMPA ou quem seria.
Talvez
entendam como um corporativismo associativo, mas eu entendo que o tema aqui são
ciclovias e campanhas destinadas ao uso adequado da bicicleta. Então, nada
melhor do que compor esse conselho com entidades que tenham atuação nessa área.
Vejam, nenhuma entidade ligada ao uso da bicicleta como instrumento da
mobilidade diária urbana reivindicam um assento lá no Conselho da Saúde de
Porto Alegre, apesar de a questão da bicicleta ser uma questão de saúde.
Nenhuma entidade está reivindicando um assento no Conselho Municipal do Meio
Ambiente, no Conselho de Assistência Social, no Conselho das Pessoas com
Deficiência, e todos esses temas estão envolvidos também com a mobilidade
urbana. Se nós começarmos a pensar quais seriam as entidades que teriam assento
neste conselho, não bastarão 7; talvez teríamos 30, 40 integrantes nesse
conselho. O IAB, que é o Instituto dos Arquitetos do Brasil, a Agapan, por que
não poderiam fazer parte do Conselho? Não é uma questão ambiental também a
questão da bicicleta? Então, ficaremos aqui discutindo para tentar entender
quem tem algum tipo de ligação indireta com a bicicleta. Nós fizemos outra
opção, que é: na causa ligada à mobilidade urbana por bicicleta, estarem
presentes no Conselho entidades que atuam nessa questão.
Então
me parece que a Emenda nº 18 pode ter outras questões relevantes, mas nessa, da
composição do Conselho, quero pedir o apoio da base do Governo para nós
colocarmos um grupo paritário, democrático, o presidente escolhido entre os
seus pares e com pessoas ligadas à causa específica.
Fica
o apelo, e espero que não seja, como acabou de acontecer, simplesmente uma
contagem de votos de quem é oposição e situação e, sim, uma ideia de democracia
e de racionalidade na composição desse conselho gestor. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Alberto Kopittke está com a
palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 05, destacada, ao PLCE nº
010/13, pela oposição.
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Caros colegas, acho que esta emenda
merece uma atenção muito especial, porque nós saímos, agora, Ver. Cassio, da
seara do orçamento, da parte técnica onde nos encontrávamos, onde expressamos
nossas divergências e entramos na seara política, na seara da participação.
Aqui, novamente, encontramos o que foi relatado antes de entrarmos nessa
votação, quando vários Vereadores da base do Governo fizeram calorosos
discursos contra o seu próprio Governo, desta tribuna, há cerca de uma hora,
dizendo que o Governo tinha vindo aqui, dado uma apunhalada pelas costas – no caso
do bairro Petrópolis. E o Ver. Janta relatou, pelo menos, meia dúzia de
projetos de lei de Vereadores – e o Ver. Dr. Thiago também –, em que os
Vereadores protocolam um projeto e o Governo vem e protocola em cima, para
desrespeitar o Vereador que o fez. E o Ver. Sgarbossa e vários outros colegas
propuseram uma composição para o conselho; e o Governo, que tem tido uma
artimanha inteligente, manipulatória sobre a participação popular nesta Cidade,
vem aqui, mais uma vez, e dá o seu atestado de paternalismo, de ingerência
sobre a participação social, porque não aceita a participação desses que estão
aqui, no dia a dia da Cidade, participarem da discussão do conselho que vai
decidir o futuro do plano de mobilidade, do plano cicloviário. Mas qual é a
dificuldade que este Governo tem de dialogar? Por que este Governo adotou a
prática de fechar a porta para os movimentos sociais? Isso aqui não é para o
PT, o PT não está no conselho; são entidades que estão na luta, algumas vezes
até sendo reprimidas, e encontram as portas fechadas. E eu pergunto para os
colegas do Governo, que tem essa dura tarefa, cotidiana, e mesmo os mais
ardorosos, que batem no PT o dia inteiro, volta e meia sobem nesta tribuna para
dizer que não aguentam mais este Governo – como ouvimos hoje o Ver. Cecchim
falar; vêm aqui e vão ignorar esta proposta de composição do conselho. Aliás,
já ignoraram, Ver. Comassetto, Ver.ª Sofia, a proposta que nós fizemos de
remodelação do Conselho Municipal de Transporte Urbano – Comtu, quando
propusemos que um terço dos membros do Comtu fosse escolhido de forma direta
entre os usuários da Cidade. Para nós, participação popular não é figura de
retórica, ou ela é de verdade, ou não é! E esta Cidade, esta Administração está
transformando a Participação em um engodo! E vocês darão hoje o certificado,
mais uma vez, derrotando essa proposta, esse desenho do Comtu para botar um
desenho engendrado para que os interesses da Administração jamais percam no
Conselho Municipal, que vai gerir o Plano Cicloviário. É uma pena que esta
Cidade, Ver. Sgarbossa, que já foi chamada de capital mundial da democracia,
hoje só tenha a democracia para manipular os interesses de meia dúzia. E quem
perde é o futuro da Cidade, fecha as portas aos movimentos sociais, aos
movimentos populares, e só coloca os amigos do rei, aqueles, por
assistencialismo partidário, por troca de favores, retrocedendo toda a cultura
política desta Cidade. E é isso que nós vamos ver se – e eu espero que não –
esta Casa derrotar esta singela Emenda, mas que diz muito sobre o caráter e o
que pensam alguns sobre a participação social na cidade de Porto Alegre, o
caráter político em relação à participação social. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Vereador. A Ver.ª Fernanda
Melchionna está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 05,
destacada, ao PLCE º 010/13.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Confesso, Presidente, que eu nem ia falar
nessa votação de Emenda, porque eu supunha que o mínimo que o Governo poderia
fazer era aprovar uma Emenda que proponha uma composição paritária em um
conselho gestor para gerenciar um fundo, que já é um fundo meio torto, porque
não tem a garantia dos 20% da aplicação das multas, porque nós vimos que existe
uma tentativa clara de mutilar o Plano Diretor Cicloviário. E eu pretendo ser
bem rápida para que não haja uma debandada geral do plenário, porque eu vejo
que a Cidade, e todos aqueles que têm se mobilizado vêm a esta Câmara...
(Aparte
antirregimental da Ver.ª Sofia Cavedon.)
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Exatamente: tiraram as multas, tiraram a
aplicação dos 20%, ainda tem a nossa emenda e a discussão do projeto. Mas eu
acho que esse debate do Conselho Gestor é muito importante porque, neste
momento, nós veremos se, de fato, existe a preocupação do Governo de
minimamente ouvir os ciclistas, de minimamente ter uma composição paritária,
que permita que aqueles que atuam sistematicamente, que conhecem a mobilidade
urbana ou a dificuldade de mobilidade urbana na nossa Cidade tenham voz e vez
na decisão dos recursos do Fundo, na decisão da construção da ciclovia e
ciclofaixas, na decisão das campanhas educativas. Mas, infelizmente, eu tenho
ouvido algum burburinho e espero estar enganada. Porque não adianta vir aqui
fazer um peso e duas medidas. Para o Petrópolis nós queremos grupo de trabalho
paritário. Mas na hora de discutir ciclovia não pode ser paritário? Tem que ser
paritário o Comitê Gestor para garantir com que, no mínimo, aqueles que lutaram
por um Plano Diretor Cicloviário, aqueles que podem dizer que determinados
materiais que são usados nas ciclovias não sejam usados porque são derrapantes,
porque prejudicam o uso da bicicleta. Aqueles que podem garantir por dentro,
saber o que está sendo discutido para avisar quem está fora do Comitê Gestor
que é necessário se mobilizar, que é necessário lutar! Porque nós sabemos muito
bem que eles constroem comitê gestor, conselhos gestores para eles terem a
maioria! No Comtu, a maior parte são secretarias e entidades envolvidas com a defesa
dos empresários do transporte coletivo que ano após ano votam a favor do
aumento da passagem, vergonhosamente, sem nunca pedir vistas e olhar a planilha
do trabalhador! E nós precisamos reverter essa lógica! Por isso nós defendemos
um grupo de trabalho paritário no caso do Petrópolis, para que os moradores
fossem ouvidos e acabassem com aquela bandalheira de não ouvir o povo que mora
no bairro! E é por isso que essa coerência tem que ser mantida! E nós
precisamos votar um comitê gestor paritário que garanta a participação, no
mínimo, paritária dos cicloativistas, para garantir com que eles tenham voz e
vez nesse comitê gestor e possam, sim, exercer a sua mobilização! (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Ver.ª Fernanda. O Ver. Cassio
Trogildo está com palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 02, destacada,
ao PLCE nº 010/13.
O SR. CASSIO TROGILDO: Boa tarde, Sr. Presidente, Professor
Garcia; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores; público que nos assiste e público
nas galerias; Ver. Alberto Kopittke, esta Cidade continua sendo a cidade da
democracia participativa e continua no cenário internacional, inclusive, com
esse reconhecimento. Logicamente, esta histórica começou lá nas administrações
da Frente Popular. Agora, é muito interessante que diversos Vereadores que vêm
até aqui não avaliam o conjunto das emendas que foram apresentadas. Este
trabalho que foi feito pela base do Governo, pela EPTC, de ouvir os
cicloativistas, de conversar com todos os Vereadores, parece que não querem
ouvir.
A
Emenda nº 05, que está aqui apresentada, só diz que terá sete integrantes com
atuação reconhecida na causa cicloativista. Pois a Emenda nº 18, que é da
Liderança do Governo, ela dá paridade, Ver. Reginaldo Pujol, ela garante a
paridade no Conselho Gestor, só que também ela reconhece que a Cidade toda tem
que discutir a aplicação dos recursos do Fundo, e por isso, inclusive, ela faz
a proposta que se tenha, dos sete integrantes da sociedade civil organizada,
três com atuação reconhecida na promoção do uso da bicicleta, mas não somente
quem tem atuação no uso da bicicleta: mais dois do Orçamento Participativo; um
integrante da sociedade civil representativo do comércio, que também quer
participar, Ver. Ferronato, desta discussão; e um integrante representativo dos
moradores de Porto Alegre. Ou vocês não querem que a UAMPA participe? Não estou
entendendo! O Governo está propondo...
(Manifestações
nas galerias.)
O SR. CASSIO TROGILDO: Chapa branca, a UAMPA? Chapa branca, a
UAMPA?! Não estou entendendo o que estão querendo dizer.
Então,
a proposta da Emenda nº 18 dá a paridade que foi tratada com a sociedade civil
organizada, garante uma participação muito mais ampla, e é por isso que venho a
esta tribuna encaminhar contrariamente à Emenda nº 05, porque, na Emenda nº 18,
nós vamos garantir uma paridade muito mais representativa do que a que está
estabelecida na Emenda nº 05. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra
para encaminhar a votação da Emenda nº 05, destacada, ao PLCE nº 010/13.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, eu já protocolei aqui nesta Casa alguns projetos, de várias formas,
para discutir o Conselho Municipal de Transporte Urbano, que é uma caixa-preta,
uma caixa de Pandora, é uma coisa infundamentada, uma coisa absurda constituída
em Porto Alegre. Eu acho que o Ver. Bernardino Vendruscolo foi feliz em
apresentar a subemenda. Quem tem que discutir a questão das ciclovias são as
entidades de ciclistas. Se o Governo quer que a UAMPA participe, que dê uma
vaga para a UAMPA; se o Governo quer que o OP participe, que dê uma vaga para o
OP. Agora, chega de pegar conselhos e destruir com eles. Chega! Porque quem
participa do Conselho Municipal de Transporte Urbano, tirando duas ou três
entidades, é só o Governo! E aí não chama a população para discutir. E nem
estou falando do aumento das passagens. Estou perguntando por que não chamou a
população para discutir rota de ônibus, itinerário de ônibus, horário de
ônibus. Por que não chamou a população para discutir vários projetos que entram
nesta Casa? Se o Conselho tivesse sido chamado, não precisaria a Ver.ª Any
Ortiz vir aqui apresentar projeto dizendo que o ônibus precisaria funcionar uma
hora a mais depois de grandes eventos. Como também o projeto que já entrou
nesta Casa, do qual sou Relator e inclusive apresentei uma subemenda aumentando
o horário, que reduz os 15 minutos das empresas no horário de pico, que, se não
me engano, é de autoria da Ver.ª Fernanda Melchionna. Apresentei uma subemenda
de Relator aumentando esse horário, estendendo em função dos trabalhadores do
comércio, que trabalham até às 19h30min, 20h. Aí nós vamos criar mais um
conselho que não vai funcionar; é só para botar no papel! Eu não entendo
patavina de bicicleta, mas eu quero saber quem é o representante do comércio.
Eu entendo de trabalhador. Está aqui também o Ver. Idenir Cecchim, meu parceiro
na luta para tirar os camelôs das ruas! Eu quero discutir se vai prejudicar a
venda dos comerciários ou se não vai prejudicar. Aí, vamos ter um conselho de
50 pessoas que não vai a lugar algum. Quando tivermos que discutir, vamos lá na
Prefeitura e vamos dizer a eles: “Isso aqui vai prejudicar a venda dos
trabalhadores do comércio. Quem sabe a gente coloca a ciclovia do outro lado,
onde o número de lojas é menor? Quem sabe a gente coloca a ciclovia do outro
lado, porque lá não tem tantas lojas?”
Agora,
se nós não quisermos aprovar um Conselho dessa forma, dando as sete vagas para
quem é do segmento, para quem estudou essa questão, nós queremos, realmente,
como disse o Ver. Alberto Kopittke aqui, deixar a questão política de
mobilidade desta Cidade mal, muito mal. O problema está nas multas, em nenhum
momento falaram que o problema era o Conselho. Eu acho que esse Conselho vai
ficar democrático, se as sete vagas da sociedade civil forem de quem realmente
entende do assunto, forem das entidades dos ciclistas.
Volto
a dizer, o Governo tem sete vagas no Conselho, deu uma para a EPTC, deu uma
para a UAMPA, e sobram mais cinco vagas para o Governo dar para outras
entidades que achar necessário participarem. Mas as vagas, para não acontecer
como no Conselho Municipal de Transportes Urbanos e em outros conselhos, tem
que ser para os representantes do setor, os representantes do segmento.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Vereador. Em votação nominal,
solicitada por esta presidência, a Emenda nº 05, destacada, ao PLCE nº 010/13.
(Pausa.) (Após a apuração nominal) REJEITADA
por 14 votos SIM e 10 votos NÃO. Fica prejudicada a Subemenda nº
01 à Emenda nº 05 ao PLCE nº 010/13
Em
votação a Emenda nº 07, destacada, ao PLCE nº 010/13, com a ressalva de que, se
aprovada, prejudica a Emenda nº 16 (Pausa.) A Ver.ª Fernanda Melchionna está
com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 07, destacada, ao PLCE nº
010/13.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, na verdade, mais uma vez espero ser muito breve e muito didática
sobre o que está sendo votado. Esta emenda, na verdade, garante que o Plano
Diretor Cicloviário, de fato seja efetivado. E seja efetivado. E seja efetivado
da maneira como ele foi construído pelos cicloativistas, pela Cidade, pelos
pedestres e também cicloativistas, por todos aqueles que lutaram durante anos
para que Porto Alegre tivesse um Plano Diretor Cicloviário. Um Plano Diretor
Cicloviário não só para ser usado na campanha eleitoral, porque infelizmente foi
um estelionato, pois antes da eleição disseram para os ciclistas: “Nós vamos
cumprir na integralidade o que está previsto no Plano Diretor Cicloviário”.
Mostraram até o vídeo nesta tribuna na audiência pública. Não fui eu, foi o
Secretário Busatto que disse para eles que ia cumprir na integralidade a
execução do Plano Diretor Cicloviário. O Fortunati usou bastante na campanha
eleitoral. Mal acabou a eleição, judicializaram a questão, e agora tratam de
não só mutilar o Plano Diretor Cicloviário, mas acabar com a participação,
acabar com a democracia, acabar com a possibilidade da participação paritária,
como na votação que fizemos anteriormente, quando, mais uma vez, o Governo fez
de tudo para que a Cidade não tivesse voz, para que se tenha um Governo e uma Cidade
que não só não ouve os movimentos sociais, mas que trata os projetos e as
políticas públicas conquistadas de maneira autoritária, de maneira a tentar
fazer caixa com os recursos oriundos das multas que deveriam ser usados na
integralidade para a mobilidade urbana, para defender educação para o trânsito,
para subsidiar o transporte coletivo mais barato, para as ciclovias,
ciclofaixas, certamente, pois deveria ter alguma finalidade social. Mas não, é
sempre a política da caixa-preta: o Governo usa esses recursos para qualquer
coisa e não coloca o valor destes recursos na transparência da sociedade. Quero
corrigir: é sempre a política da caixa de pandora – quero fazer a correção
nesta tribuna –, de não mostrar para a cidadania para onde vão esses recursos,
e mais, de maneira autoritária, sequer garantir uma participação paritária.
Quero
encaminhar de maneira rápida, dizendo que cada Vereador e Vereadora ainda tem a
chance de não envergonhar a Casa, ainda tem a chance de não rasgar o Plano
Diretor Cicloviário, ainda tem a chance de não rasgar a votação feita em 2009
com a garantia dos recursos; ainda tem a chance de dormir tranquilo, toda vez
que ocorrer um acidente em nossa Cidade, sabendo que votou para diminuir os
acidentes, devolvendo os 20% das multas, devolvendo os valores para efetivar o
Plano Diretor Cicloviário, e sobretudo para garantir uma educação cidadã para o
trânsito, para garantir que haja um combate à brutalidade e à violência que nós
vemos todos os dias por falta de educação para o trânsito, por falta de
educação que incentive o uso da bicicleta como meio de transporte.
Cada
um dos 36 ainda tem chance. Eu não sou muito esperançosa, porque eu já vi
muitas vergonhas nesta Casa; já vi projetos que beneficiam especulação
imobiliária, já vi projeto ser aprovado, e depois o Governo fazer uma manobra
de quinta categoria, como foi com o Projeto do Ver. Marcelo Sgarbossa, e
garantir a sua derrota; já vi agora, há dois minutos, derrotarem uma Emenda
democrática, que era a posição paritária. Mas a esperança é a última que morre.
Então, eu deixo aqui registrado que ainda, sim, se pode devolver o Plano
Diretor Cicloviário para a cidade de Porto Alegre, votando a favor da Emenda nº
07, votando a favor dos cicloativistas, votando a favor das ciclovias, votando
a favor da vida! (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra
para encaminhar a votação da Emenda nº 07, destacada, ao PLCE nº 010/13.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, eu quero dizer que nós
voltamos ao mesmo objeto. E aí a minha dúvida é sobre o que estamos ordenando
mais uma vez ao votarmos esta Emenda. Obviamente, sou francamente favorável a
ela. Ela extingue o fim a vinculação das multas – é isso, Ver.ª Fernanda? –,
que eu imagino que infelizmente a maioria nesta Casa já efetivou. Foi isso que
há pouco votamos. A modificação do texto legal, contra o voto apenas da
oposição nesta Casa. Quero repetir isso, porque a população de Porto Alegre
deve saber. Desculpe, o Ver. Dr. Thiago votou conosco; então, a oposição e o
Ver. Dr. Thiago – peço desculpas porque não me dei conta. A Casa manteve a
postura que o Governo vem tendo desde a vigência da lei com a vinculação com as
multas de trânsito desta Cidade, que é não aplicar os recursos das multas de
trânsito nas ciclovias e na educação para o trânsito, na educação para o
respeito ao ciclista. Porque essa é a gravidade do que foi decidido! Um Governo
que não consegue aprender nem com as mortes! Porque não me digam que fazendo,
pintando ciclovias ou ciclofaixas, arremedos, intercaladas, ruins, malfeitas,
não educativas, que expõem os ciclistas, porque eu já desci aqui na Perimetral
de bicicleta. E tentem seguir a ciclovia sem passar por risco, não tem como,
porque interrompe nos cruzamentos, ela é estreita, ela é cheia de tachões,
portanto põe o ciclista em risco ao desviar, ao entrar e sair. E é estreita
para uma via tão larga. Portanto, não é o que basta. Não basta vir aqui
discursar que há 20 quilômetros e que não tinha nada. Nós temos que reconhecer
que o fenômeno de construção dessa alternativa de mobilidade é recente, que a
responsabilidade é, sim, de quem governa há mais de 10 anos. E parem de olhar
para 10 anos antes e olhem para a sua própria realização nesta Cidade. Uma
Cidade conflitada, violenta no trânsito, uma Cidade da intransigência, de as
pessoas buzinarem por nada, de as pessoas se irritarem por nada, de as pessoas
não darem a mão à frente nem para os coletivos. Os motoristas não priorizam nem
os coletivos, nem os ônibus. O ônibus fica sinalizando para poder entrar na via
e não é liberado! Falta educação forte, decidida e priorizada por esta gestão.
E o Prefeito não compreende, não só não compreende, como retira recursos, como
acha que os parcos recursos que hoje é obrigado a colocar e que não coloca, que
se defende na Justiça, acha ainda que é muita coisa. E não compreende que não
basta seguir lutando, se o dinheiro da multa não voltar em forma de educação;
não basta seguir multando, se o dinheiro da multa não volta em forma de
educação. Nós queremos alterar a nossa qualidade de vida, queremos alterar a
postura das pessoas para proteger a vida dos idosos, Ver. Alceu Brasinha, nós
estamos perdendo os idosos, crianças, adolescentes, jovens, a juventude desta
Cidade, que está corajosamente andando de bicicleta, tentando uma vida
alternativa, cultivando um modo alternativo de estar na Cidade, de estar com os
outros sem poluir, sem congestionar, está morrendo. E acho que nada tem
sensibilizado o Governo Municipal. Não adianta anunciar aqui que vai tentar
contrapartida de empresas, de empreendimentos. Não tem moral! O Prefeito não
tem moral para falar desse tema, Ver. Cassio. Vereadores que aqui disseram:
“Por que não tem moral?” A OAS, em R$ 160 milhões no licenciamento determinado
para a OAS, a Prefeitura isentou, e hoje responde por improbidade
administrativa. Isentou a OAS em R$ 160 milhões nas obras viárias no entorno da
Arena. Então, este governo não tem moral e não tem crédito para dizer que as
contrapartidas de empreendimento vão fazer as ciclovias. Portanto, nós vamos,
de novo, tentar anular este dispositivo que retira qualquer condição de alterar
a violência de trânsito, o conflito de trânsito e a não proteção da vida nesta
Cidade. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Vereadora. Em votação nominal,
solicitada por esta presidência, a Emenda nº 07, destacada, ao PLCE nº 010/13.
(Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA
por 10 votos SIM, 11 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
Em
votação a Emenda nº 10, destacada, ao PLCE nº 010/13. (Pausa.) O Ver. Marcelo
Sgarbossa está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 10,
destacada, ao PLCE nº 010/13.
O SR. MARCELO SGARBOSSA: Eu vou utilizar pouquíssimo tempo, Ver.
Canal, para dizer que é uma emenda boa, que inclui na Rede Municipal de Ensino
a educação para o trânsito. Nós temos aqui um projeto de lei, que tramita desde
o começo do ano passado, foi um dos primeiros projetos de autoria do nosso
mandato, que justamente insere na Lei de Educação para o Trânsito a questão da
educação do uso da bicicleta, pedestres, ciclistas, enfim. Seria muito
preciosismo da nossa parte querer reivindicar a sua autoria, mas gostaria de
fazer este registro e dizer que apoiamos a proposta. Eu conversava com o Daniel
há pouco e comentávamos que as emendas entram em plenário, não passam pela
tramitação normal da Câmara, mas que bom, incluiremos aqui. Ver. Canal, não
faremos aqui o jogo da situação e oposição. Não vou dizer para os meus colegas
do PT que a sua emenda é ruim. Vamos aprovar esta emenda! Só que a todo momento
somos patrolados pela situação, independente dos nossos argumentos. A nossa
Bancada votará a favor do projeto porque ele é um projeto bom, e não importa de
quem seja. Conosco, infelizmente, isso não acontece na mesma medida; somos
patrolados por uma maioria governista. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra
para encaminhar a votação da Emenda nº 10, destacada, ao PLCE nº 010/13.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, Ver. Waldir Canal, acho que o senhor traz hoje a esta Casa uma
inveja franciscana. Acho que todos os Vereadores gostariam, e vão, com certeza,
apoiar essa sua Emenda, porque vários de nós subimos aqui hoje e constatamos
que um dos principais problemas do trânsito é a educação – educação e respeito.
E isso se aprende na escola, e isso se aprende em casa, e isso se aprende com a
família. Eu, como ex-fumante, posso dizer que quem me ajudou a parar de fumar
foi o meu filho, que me ensinou os males que o cigarro faz à saúde antes de ter
até as propagandas nos pacotes.
Acho
que essa sua Emenda é de extrema relevância. Até quando o Ver. Marcelo subiu à
tribuna, eu pensei que só faltava o Governo rejeitar a Emenda que o Marcelo
achou boa. Mas tenho certeza de que não. Tenho certeza de que todos irão
aprovar essa Emenda no dia de hoje, como irão aprovar o projeto. Eu faço um
apelo ao Líder do Governo, Airto Ferronato, faço um apelo à Bancada do Governo,
para que a gente vote esse projeto hoje, que a gente resolva essa questão dos
ciclistas de Porto Alegre, da mobilidade de Porto Alegre hoje, porque esta Casa
está, desde o final do ano passado, discutindo isso, e eu acho que chegamos a
um ponto de amadurecimento nesta Casa, chegamos a um ponto de compreensão desta
Casa, estamos já na Emenda nº 10, faltam poucas emendas, e tenho certeza de que
hoje esta Casa vai votar um projeto que vai ajudar a cidade de Porto Alegre,
que vai ajudar os pedestres de Porto Alegre, que vai ajudar no futuro da nossa
Cidade. Porque nós acreditamos que o futuro de um país passa pela educação,
começando por melhorar a vida no trânsito da nossa Cidade. Com força e fé, nós
vamos melhorar a vida das pessoas.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a
palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 10, destacada, ao PLCE nº
010/13.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Presidente, Ver. Professor Garcia; Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores, eu estou acompanhando o nosso colega Sgarbossa
desde o início e, como V. Exa. sabe, eu primo pela palavra. Palavra dada tem
que ser cumprida. E eu vou acompanhar Vossa Excelência.
Eu
quero discordar, Ver. Janta, de Vossa Excelência. Eu tenho ouvido seguidamente
sobre a questão da educação e eu entendo que educação, ao menos com meus filhos
é assim, é em casa que se recebe. Educação nós recebemos em casa. Ver.ª Sofia,
V. Exa. que é professora, eu acho que nós tínhamos que lutar para terminar com
o Ministério da Educação, porque educação nós aprendemos em casa. Não sei por
que alguém, num determinado momento da vida, defendeu que educação se busca na
escola, na faculdade; educação, meus caros, se aprende em casa – meus filhos,
pelo menos, aprendem em casa.
E
não estou, aqui, fazendo uma crítica à sua tese! Mas eu discordo veemente dela
e de tantos que defendem a tese de que educação se busca nos bancos escolares.
Por favor, educação se recebe em casa, dos pais, da família. Aliás, falta muita
educação dos pedestres, dos motoristas dos homens públicos que prometem e não
cumprem. Homem público que promete e não cumpre, isso é falta de educação, além
de falta de responsabilidade. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Em votação nominal, solicitada por esta
presidência, a Emenda nº 10, destacada, ao PLCE nº 010/13. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.)
APROVADA por 21 votos SIM.
Em votação a Emenda nº 12, destacada, ao PLCE nº
010/13. (Pausa.) O Ver. Marcelo Sgarbossa está com a palavra para encaminhar a
votação da Emenda nº 12, destacada, ao PLCE nº 010/13.
O SR. MARCELO
SGARBOSSA: Bom,
muito brevemente, aqui uma emenda da Bancada do PP que diz que toda a ciclovia
deve ser precedida da oitiva da comunidade local. Sim, Ver.ª Mônica, sim, Ver.
Nedel, nós sempre defendemos aqui o diálogo, a escuta da comunidade, da
população. Acontece que eu não gostaria que isso fosse usado para a não
implementação das ciclovias. E eu tenho desconfiança de que seja esse o
objetivo, infelizmente, Ver. Villela. Por quê? Porque sabemos que quando não há
a compreensão de que a ciclovia é para a Cidade toda, as pessoas entendem,
muitas vezes, a ciclovia como uma punição. Só que a ciclovia da José
Patrocínio, por exemplo, que deu tanta contrariedade dos comerciantes, está
ali, está servindo, não é o melhor dos mundos, aquelas sinaleiras que colocaram
para os ciclistas é uma punição para estes, mas ninguém faliu. Ninguém faliu, continua ali, e é para a Cidade toda,
para a pessoa que sai dali e vai estudar na PUCRS. Não é uma ciclovia para o
seu comércio e nem contra o seu comércio. Então, sim, ouvir a comunidade local.
A Ver.ª Any, aqui, falou: “Bom, que
se escute, também, quando forem feitas obras viárias”. Já tem uma Emenda, que
construímos juntos, aqui, mas foi apresentada pela Bancada do PCdoB, que é
justamente sobre isso: se escutar a comunidade local valer para as ciclovias,
vai ter que valer, também, na abertura de vias, na construção de trincheiras,
de viadutos, em todo e qualquer alargamento de obra. Mas, Ver. Alberto, meu
colega, o que tem acontecido aqui é que, em todo alargamento de rua, não tem
sido ouvida a comunidade, ou, se tem sido ouvida, não tem adiantado nada. No
caso da trincheira da Av. Cristóvão Colombo e da Av. Anita Garibaldi, a
comunidade, em peso, era contrária, e a Prefeitura foi lá e, literalmente,
patrolou. Audiências públicas
sobre a questão do Gasômetro, Ver. Villela, a comunidade era contrária, e a
Prefeitura foi lá e executou, como mandante de uma ordem dura, de uma ordem de
morte – eu diria –, nesse caso dos vegetais.
Então,
sim, vamos aprovar, Ver. Nedel, a sua Emenda. Nós não caímos naquele simplismo,
como falei há pouco, do Ver. Canal. É boa a sua Emenda, vamos obrigar a
Prefeitura a ouvir a comunidade, mas vamos obrigar, também, a ouvir... Porque,
a partir do momento que se escuta, isso, de alguma forma, condiciona a ação do
Município. Bom, então vamos fazer isso para todas as obras viárias. Então,
apoiaremos a sua Emenda, da Bancada do PT, e a Subemenda. Nós temos, aqui, a
vinculação das duas Emendas – da Emenda e da Subemenda. Então, a partir de
agora, Ver. Brasinha, vamos escutar a comunidade, tanto nas ciclovias como em
toda e qualquer obra viária. É essa a ideia, certo? Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Alberto Kopittke está com a
palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 12, destacada, ao PLCL nº
010/13, pela oposição.
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Esta Emenda é astuta, porque ela tem uma
falsa aparência de estímulo à participação, mas é só aparente. Eu queria
dialogar antes de criticar com o Ver. Nedel, a Ver.ª Mônica, o Prefeito. Queria
dialogar com os senhores...
(Manifestações nas galerias.)
O SR. ALBERTO KOPITTKE: (Dirigindo-se às
galerias.) Por favor! Não
pode, por causa do Regimento. Todos nós sabemos que, Ver.ª Mônica, nós temos
conseguido manter um ótimo diálogo e eu quero fazer um apelo, quando nós
estamos mudando paradigmas, temos que fazer opções, todos nós sabemos como esse
debate das ciclovias entra muitas vezes enviesado nas comunidades, nas ruas,
nas avenidas, junto aos comerciantes, dando uma falsa impressão de que eles
serão prejudicados. Todos nós sabemos que o primeiro impacto é negativo, vamos
falar um português claro, e esta Emenda vai inviabilizar a implantação de
ciclovias, não que seja à vontade, mas é a consequência, na minha opinião, que
vai ter, vai jogar a população contra os ciclistas, e os ciclistas contra
comerciantes. Ela é hipócrita se os senhores não aprovarem a Subemenda, vamos
aprovar a Subemenda, aí ela tem coerência. Se para fazer um Viaduto, não
precisa ouvir, por que precisa ouvir para ciclovia? Está aberta a tribuna aqui
para que venham explicar por que vão votar numa coisa e não noutra. Então, eu
acho que é um assunto muito delicado, acho que fica um pouco mais claro alguns
aspectos ideológicos por trás do debate que nós estamos tendo aqui sobre
conceito de cidade, sobre conceito de participação. Ver. Nedel, eu gostaria que
o senhor pudesse vir aqui explicar o sentido da sua Emenda. Ela tem qual
objetivo? O senhor vai votar a favor da Subemenda, pedindo consulta popular
para Viadutos? O senhor vai pedir? Eu acho que seria importante o senhor ter
coerência e votar pela participação também para duplicar a avenida, para
construir viaduto, para construir empreendimento imobiliário na cidade, eu acho
que o senhor tinha que ser a favor. Eu acho que o senhor tinha que ser a favor
para discutir as concessões de transporte público, acho que o senhor tinha que
ser a favor da participação popular, já que é a primeira vez nesse meu ano e
meio que eu vejo a Bancada do PP fazer uma Emenda de participação social, que
bom! Se for para valer! Se for efetivamente um compromisso com a participação,
mas já votaram contra o Conselho, agora vão votar contra a possibilidade de
participação para construir viadutos, mas querem para a ciclovia! Ah, o povo
não é bobo, tchê! O povo está vendo aqui a discussão. Olha, em relação a esta
Emenda, eu quero fazer um apelo para a Bancada do PP: ainda dá tempo de
refletir, todos nós sabemos as consequências concretas que esta Emenda vai
gerar. A Bancada do PP está fazendo um movimento muito perigoso com esta
Emenda. E eu faço um apelo no sentido de que possamos, nestes próximos minutos,
Ver. Bernardino, Ver. Cassio, discutir as consequências desta Emenda
específica. Vamos fazer tudo por consulta popular na Cidade? Vamos, vamos
fazer. Temos muitos assuntos para consultar a população. E nós seremos sempre a
favor da consulta à população, desde que ela não seja, na verdade, para
esconder uma posição de quem efetivamente parece ser contra. Fica esse pedido
de reflexão aos colegas, porque, diferente das outras Emendas, inclusive
diferente da do Ver. Cassio, com relação a qual podíamos ter divergências,
porque aumenta ou diminuiu valores, esta aqui coloca o contexto das ciclovias
num outro patamar na Cidade: cada ciclovia vai ser fruto de uma guerra.
Infelizmente, porque as pessoas ainda se fundamentam num paradigma equivocado.
Então, é um apelo no sentido de que possamos refletir, porque esta é uma Emenda
muito perigosa e será incoerente. Será incoerente e oportunista se não for
seguida do apoio na Subemenda. E, depois da Subemenda, Ver. Sgarbossa, vamos
fazer um projeto de lei para que todo empreendimento nesta Cidade tenha que
passar pela participação social. Para todo projeto que tiver que construir um
prédio acima de três andares, nós queremos que seja escutada a população. Se
for para fazer participação, vamos fazer; senão, a gente sabe por que ela está
sendo apresentada. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Em votação nominal, solicitada por esta
presidência, a prorrogação da Sessão
por mais duas horas. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 19 votos SIM.
A
Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº
12, destacada, ao PLCE nº 010/13, como autora.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, Ver. Marcelo, nós mostramos a contradição, porque jamais votaríamos
contrariamente a uma discussão com a comunidade local, jamais! Nós que aqui
esbravejamos e lutamos dia após dia para que a sociedade seja ouvida. Mas nós
estamos tratando aqui de uma alteração estrutural e cultural nesta Cidade, de
uma opção de gestão pelo transporte não poluente, pelo transporte solidário,
mais saudável, pelo transporte menos conflituoso, egoísta, individualista, e
que seja mais saudável.
É
óbvio, Ver. Nedel, que vamos enfrentar resistências, porque as pessoas querem
estacionar os seus carros, querem encher as ruas de carros, largar o seu carro
mais próximo do seu negócio, porque não estão acostumados, não aprenderam um
outro modo de estar com os outros. Ao contrário, são estimulados pelo fetiche
do conforto do automóvel, de uma acomodação pela rapidez de chegar a um local,
de ouvir um som, de ter os seus objetos guardados dentro do carro. Ora, para
essa alteração é necessário – primeiro que aqui não foi garantido por V. Exas.
– muito recurso para a formação de uma nova cultura. E aí, senhores, não venham
me dizer, de novo – eu votei a favor, porque tem que começar na escola, é
verdade – não venham dizer, de novo: “Manda a escola fazer”. Isso tem que ter
política pública, forte, é desde a escola, mas tem que estar, todos os dias, no
noticiário, na TV do ônibus, na televisão em horário nobre; em vez daquele lixo
de novelas, ensinar a ser mais gente, ensinar a estar melhor, cuidando a vida
ao estar com os outros. É isso – precisamos potência! Não venham me dizer, e é
só o que se aprova aqui: “Manda a escola fazer”. A escola não vai resolver, não
é a panaceia e não é o lugar depositário de todas as posturas ou de mudança de
posturas que tenham que se obter na humanidade para mudar a forma de estarmos
juntos, para evitar a violência e as mortes. Vereador Bernardino, nesse
sentido, quero parabenizá-lo pela sua fala na emenda anterior. É a escola, sim,
mas é política pública decidida. E aqui já está anunciado que não vão votar na
subemenda, Ver. Marcelo, que exige que a discussão seja geral na Cidade, seja
com os ciclistas, e para produzir essa mudança, precisamos promover o encontro
da comunidade local com os cicloativistas, promover o encontro de quem anda de
bicicleta com o comerciante. Precisamos fazer a discussão com todos juntos, ou
nós colocamos a permeabilidade em diálogo permeável entre os diferentes
endereços, ou não teremos avanços.
Então,
votar numa rendição a comunidade local, pura e simplesmente, a quem vai receber
a obra é ruim e vai inviabilizar, inclusive, o desenvolvimento da política de
ciclovias que aqui está se dizendo que se quer fazer. O próprio Cappellari e os
técnicos que aqui vieram disseram que a dificuldade de fazer as ciclovias não
era orçamentária, mas os obstáculos, e um dos obstáculos é a pura rendição à
simplificação, ao olhar simplificado dos interesses de quem é atingido; a voz,
a vazão só para quem é atingido. Então, cumpre-nos votar uma emenda boa, se
queremos alterar a cultura, e é uma emenda que diz: “Sim, terá audiência
pública onde todos falarão, todos os implicados, inclusive a vizinhança”. Para
ela se reestruturar, construir saídas, alternativas, para acolher bem a
ciclovia, respeitar a ciclofaixa, para criar um novo modo de estar ao lado, e
bem, dos ciclistas, e não xingando-os, dificultando, e alterando a própria
postura, quiçá, adotando a bicicleta.
Eu
tive a alegria, esta semana, do CFC me ligar e dizer: “Olha, tem uma ciclofaixa
aqui na frente, e nós queremos constituir isso, aquilo e aquilo outro, porque
nós achamos que falta isso, aquilo e aquilo outro”. Então, é essa a mudança que
nós queremos produzir. Eu não vou dedicar meu tempo a falar da incongruência e
de quanto se evita, aqui nesta Casa, fazer uma audiência pública.
Quero
encerrar dizendo que precisou a Justiça amparar a Agapan, a quem eu quero
parabenizar, para que esta Casa faça uma audiência pública decente e chame a
sociedade para discutir a alteração na Lei das ERBs – Estações Radiobase. Algo
gravíssimo! E concluo, Presidente, e sei que não é a posição de V. Exa., mas
lamentavelmente, os líderes desta Casa não garantiram o que a Justiça veio
garantir aos movimentos sociais.
Então,
o que está se comprovando aqui é que se brinca de democracia. Então, vamos
fazer uma Emenda decente, se não nós não vamos entrar nessa de brincar com quem
não quer fazer democracia, quer impedir as transformações para o bem desta
Cidade, para proteção da vida desta Cidade.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Vereadora. O Ver. Cassio
Trogildo está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 12,
destacada, ao PLCE nº 010/13.
O SR. CASSIO TROGILDO: Sr. Presidente, Ver. Professor Garcia;
Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste nas galerias e que
nos acompanha em casa pela TV Câmara. Eu venho aqui encaminhar favoravelmente à
Emenda da Bancada do PP, que fala na oitiva da comunidade, Ver. Alberto
Kopittke, não fala nem em audiência pública. Agora quem não votar
favoravelmente a esta Emenda é contrário a que se ouça a comunidade para a
implantação a ciclovia.
(Manifestações
nas galerias.)
O SR. CASSIO TROGILDO: Essa questão da Subemenda está me
parecendo a história do aumento das passagens... Botar no Código Tributário
Municipal coisa que não diz respeito, e está parecendo o mesmo aqui! Até porque
a Prefeitura hoje já faz a oitiva da comunidade! Para trincheira, para viaduto,
como bem disse o Ver. Alberto Kopittke aqui, ouve a comunidade e vai continuar
ouvindo também para o estabelecimento das ciclovias. O que nós queremos é que
conste no texto legislativo, porque o Fortunati não vai ser Prefeito a vida
inteira! Nós não soubemos quem vai governar daqui a pouco, e queremos que
esteja garantido, que sempre tenha a oitiva da comunidade quanto à ciclovia! Eu
não vejo, isso já acontece! Isso já acontece na Cidade! O que nós queremos,
Ver. Villela, é que conste no texto da lei, para que, posteriormente, outros
Prefeitos que passem por aqui cumpram isso. E não é audiência pública! E também
ninguém aqui é contra audiência pública. Mas, nesse caso, é a oitiva da
comunidade. E não tem problema nenhum que proponham no Plano Diretor da Cidade,
que é onde está prevista a expansão viária, como vão ser as vias da Cidade,
proponham no Plano Diretor a oitiva da comunidade se querem que conste no texto
da lei também! E talvez até esta Casa possa aprovar esse encaminhamento. Mas a
Subemenda não tem lugar nesse texto, porque essa matéria não diz respeito a
isso. Pela aprovação da Emenda nº 12! Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. João Carlos Nedel está com a
palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 12, destacada, ao PLCE nº
010/13.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Presidente, Professor Garcia; Vereadores
e Vereadoras, a minha Bancada, constituída de quatro Vereadores – Vereadores
responsáveis que estão votando o Plano Cicloviário –, apresentou esta emenda. E, tristemente,
Vereadores que vieram a esta tribuna desconfiaram desta emenda. Nós somos
responsáveis, queremos ouvir a comunidade. E eu quero saber quem é a favor ou
contra e ouvir a comunidade. Agora, chamar aqui de emenda perigosa, de emenda
com segundas intenções? Não foi nossa. Não é da Bancada do PP. Nós estamos
colocando normalmente o que a EPTC já faz: ouvir a comunidade local. E eu quero
colocar na lei essa obrigatoriedade de ouvir a comunidade. Aí colocaram uma
subemenda que não tem nada a ver com o assunto; é um contrabando, é um
penduricalho, é uma gambiarra clara e que não tem nada a ver. Ora, toda e
qualquer obra viária... Estamos falando de ciclovias. Por que estender uma
coisa que não diz respeito ao projeto?
E
o Ver. Cassio lembrou muito bem: quando nós votamos aqui a isenção do ISSQN
para o transporte coletivo, foram colocados vários anexos, vários contrabandos
que não tinham nada a ver com um projeto de lei tributária. É uma vergonha,
realmente, colocar esses contrabandos, que, realmente, trouxeram prejuízos
sérios para esta Casa, porque a oposição foi para as redes sociais dizer que a
situação era contra a abertura das contas. Não. Nós somos e sempre fomos a
favor, e isso trouxe prejuízos sérios para esta Casa, e, agora, não queremos
que novamente este prejuízo conste no histórico da nossa Casa.
Então,
encaminho pela aprovação da presente emenda, que é séria, que é correta. Agora,
a subemenda é indevida a este projeto.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Em votação nominal, solicitada por esta
presidência, a Emenda nº 12, destacada, ao PLCE nº 010/13. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) REJEITADA por 09
votos SIM e 14 ABSTENÇÕES. Fica prejudicada a Subemenda nº 01 à Emenda nº 12.
Em
votação nominal, solicitada por esta presidência, a Emenda nº 13, destacada, ao
PLCE nº 010/13. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 23 votos SIM.
Em
votação nominal, solicitada por esta presidência, a Emenda nº 14, destacada, ao
PLCE nº 010/13. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Seis votos SIM, 08 votos NÃO e 03 ABSTENÇÕES. Votação
nula por falta que quórum.
Apregoo
a Emenda nº 10, de autoria do Ver. Airto Ferronato, ao PLE nº 057/13.
Apregoo
a Emenda nº 11, de autoria de vários Vereadores, ao PLE nº 057/13.
Está encerrada a Ordem do Dia e os
trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 19h14min.)
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